Menu

Muito cacique para pouco índio

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

A adesão do deputado federal e pré-candidato ao governo pelo PV, Henrique Afonso, ao G10, criou um problema para o grupo: a correta acomodação dos partidos para evitar ressentimentos e corpo mole quando a campanha de fato começar. Até antes da oficialização da ida do PV para o bloco, o quadro definido era PSDB na cabeça de chapa, com PMDB de vice e o PP no Senado.


Mas a entrada da pré-candidatura de Henrique obrigou uma reconfiguração, com o PV sendo apontado como o vice. Esta repaginação não agradou em nada ao forte PMDB, legenda tradicionalmente oposicionista ao petismo acreano, e que vem reclamando de desprestígio nas conversas do G10.


Pajelança_500

Anúncio


Os tucanos sabem que sem o PMDB seria metade da atual força política perdida. Força não só pelo seu tempo de TV, mas para garantir a governabilidade junto a Brasília. Seja PT ou outro partido a levar o Planalto, os peemedebistas continuarão na base, e ocupando ministérios estratégicos.


Governar sem PMDB é algo impensável para qualquer candidato majoritário. O PMDB já foi um dos maiores partidos no Acre, mas hoje sofre com a falta de liderança por passar longos anos orbitando em torno de Flaviano Melo, sendo incapaz de gerar novas lideranças. O mais notável é Vagner Sales.


Vagner Sales é um dos responsáveis por manter vivo o partido como titular no jogo do G10. Lançou-se candidato –numa atitude considerada constrangedora – quando os peemedebistas se preparavam para sair da cena majoritária, e agora já não tem interesse nem para governo, nem vice, deixando caminho aberto para o PV.


Mas a legenda já enviou recado ao ninho tucano: não vai aceitar ser descartada de qualquer forma, é preciso encontrar o lugar perfeito. O PMDB acredita ter a legitimidade para estar na corrida sucessória de Tião Viana (PT) pela sua longa carreira na oposição, e sua força política capaz de decidir os rumos dos votos na disputa de outubro.


O filho é teu
Quem precisará cuidar deste impasse é Gladson Cameli (PP), que recebeu a procuração das demais legendas para a condução política do grupo. Cameli foi um dos principais responsáveis por tirar o PV do grupo de Tião Bocalom (DEM); caberá ao deputado fazer os cálculos para os encaixes perfeitos das peças –sua formação em engenharia pode ajudar.


Bateu, levou
Se a Frente Popular está de olho em tirar o PMN da oposição, o presidente do PSDB, Márcio Bittar, está em negociações avançadas para ter o PDT em seu palanque. Tudo dependerá de como os pedetistas irão se comportar na disputa pelo Planalto, e na disposição de Luiz Tchê (PDT) em se aventurar mais uma vez nas águas turvas da oposição. Do ponto de vista político, mais um vale um PDT na mão do que dois PMNs voando.


Construções
Segundo Bittar, este reforço não ocorreu após os sinais do governo de paquera ao PMN, mas já vinha ocorrendo desde 2013 em conversas com a bancada do PDT em Brasília. Para ele, a permanência do PMN no G10 é tão importante quanto um eventual desembarque dos pedetistas.


Eu negocio, tu negocias…
O lançamento da pré-candidatura (de novo?) de Sérgio Petecão (PSD) ao Palácio Rio Branco pode ser analisado como mais uma marcação de território do que de fato algo a ser levado a sério. O senador está sozinho, não tem partidos, sabe que uma disputa desta forma é suicídio político, com consequências sérias para seus planos de reeleição em 2018. Petecão tenta apenas passar recados.


Vós negociais
Ao olhar para a foto do evento realizado pelo PSD percebe-se que o partido carece de lideranças. Falta grupo qualificado ao senador. Petecão, com mais este lançamento de seu nome ao governo, diz ao G10: quero conversar e negociar a minha acomodação no grupo. Há tempos o senador percebeu que sua candidatura não terá apoios nem de vereadores do PSD.


Cegos e mudos
A reunião desta terça realizada pela FPA teve como condutores os irmãos Viana. Acostumado a passar os informes, Francisco Nepomuceno, Carioca, mais balançou a cabeça e ouviu. Com o Cariogate, o assessor especial e articulador político foi colocado um pouco de canto. A palavra de ordem ficou mais com Tião e Jorge Viana. Quanto ao escândalo sexual do alto clero, ninguém falou nada.


O passado condena
Quem participou da reunião percebeu que a tendência será mesmo de Perpétua Almeida (PCdoB) ser o nome da FPA ao Senado. A evidência ficou tanto pelos prognósticos quanto pelas falas de Tião Viana. A leitura é simples: a campanha de reeleição não pode correr riscos, evitando ao máximo os efeitos de 2010.


???
Quanto à cadeira de vice, o governador descartou o nome de Leo Brito. O ex-prefeito Raimundo Angelim (PT) também refutou esta possibilidade, deixando um ar de suspense sobre quem será o parceiro (a) de Viana; mas algo é consenso: antes descartado, o fator Juruá voltará a influenciar.

Anúncio


Espalhar e colar
Um dos pontos positivos destacados da reunião foram as candidaturas proporcionais, sobretudo para a Assembleia Legislativa. Para os dirigentes, o dever de casa foi feito, com a FPA tendo uma das chapas mais concorridas dos últimos anos; tal composição beneficia em especial os candidatos majoritários, pois há uma massificação de seus nomes onde teriam dificuldade de entrada.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido