O gesto do Partido dos Trabalhadores em recolocar o senador Anibal Diniz (PT) no páreo pela candidatura da Frente Popular ao Senado nada mais é do que uma nova chance dada pelo governador Tião Viana (PT) ao petista e à direção partidária como um todo. Esta chance tem prazo de validade: até meados de março. A missão à primeira vista parece árdua: fazer Anibal subir nas pesquisas, chegando pelo menos perto de sua concorrente direta, Perpétua Almeida (PCdoB).
Ainda em 2013, o PT decidiu oficializar Anibal Diniz como o candidato natural à reeleição. O anúncio foi uma marcação de território, pois semanas antes o PCdoB homologou sua deputada federal como candidata ao Senado. Segundo informações, em setembro Anibal sinalizou que não manteria resistência caso seu nome não decolasse nas pesquisas até o final do ano. Ele afirmou não ter problemas em retirar sua candidatura.
Vencido o prazo e nas mesmas posições, Anibal foi cobrado por seus aliados para fazer cumprir o acordo. O senador petista pediu mais um tempo, deixando seus colegas numa saia-justa, pois precisavam prestar contas ao governador. Com a resistência, a maneira mais fácil para “descarta-lo” foi usar os meios de comunicação, sendo anunciado Perpétua como a candidata ao Senado da FPA, e Leo Brito vice de Tião Viana.
A forma como Anibal Diniz foi colocado de lado desagradou a ele, ao senador Jorge Viana e outras lideranças dentro do PT. Por conta disso falou-se que Francisco Nepomuceno, El Carioca, “tinha passado dos limites”. Jorge Viana não gostou da forma como o “companheiro Anibal” foi tirado do tabuleiro eleitoral de 2014, sem uma discussão interna no partido. Por isso decidiu entrar em cena para evitar o aborto da candidatura.
Se até então, sozinho, Anibal Diniz enfrentava dificuldades em ter a unidade do próprio PT, Jorge Viana conseguiu colocar todas as tendências em torno dele, apaziguando o clima de mágoas por conta das eleições petistas de novembro. Graças a esta união, e com Tião convencido a dar mais uma chance ao senador, o PT volta a tirar o sono dos comunistas, que já tinham Perpétua Almeida como a “escolhida”.
Tudo ou nada
Quem esteve na reunião de segunda à noite na qual foi tomada a decisão de ressuscitar Anibal, afirma que Jorge Viana foi bem claro: vai continuar a apoiar o senador perdendo ou ganhando a eleição. Como colunista político, há tempos venho escrevendo: a posição firme do PT leva a estas situações, preferindo perder o cargo a cedê-lo, mesmo que para um aliado fiel –ou de conveniência.
Tudo ou nada 2
Mas Jorge Viana sabe que para isso terá pela frente o irmão Tião Viana. Este é mais simpático a Perpétua Almeida, por deixa-lo livre em sua campanha de reeleição, enquanto Anibal exigiria muitos esforços na estrutura da Frente Popular e do governo em si. A lealdade esquerdista de Jorge pode implicar na vitória ou derrota ao Senado, bem como ao Palácio Rio Branco. Quem sobreviver até saberá qual dos dois tem mais poder de fogo.
Socialistas radicais
A costura feita por Jorge Viana resultou na união das principais tendências petistas, a Democracia Radical (DR), de Ermício Sena, e a Democracia Socialista (DS). As duas até bem pouco tempo não podiam dividir o mesmo metro quadrado, pois o risco de explosão era grande. Colocando os interesses partidários acima de tudo, as duas tentam garantir vida a Anibal.
Agendas
Exemplo disso será a agenda do senador pelo Vale do Juruá a partir desta quinta. Parte dos encontros terá como organizadores os deputados Jonas Lima e Taumaturgo Lima, ambos membros da DS, e que semanas atrás não tinham a minha disposição em salvar o senador da DR. Salve Jorge!
Vermelho ou encarnado!
Pessoas próximas a Gladson Cameli (PP) afirmam que se antes ele tinha uma certa preferência por Anibal Diniz (PT) como adversário, ele agora quer Perpétua Almeida (PCdoB); um dos motivos, segundo os progressistas, seria uma redução na intenção de votos na comunista. A tendência, avaliam, é ela continuar a cair, enquanto o investimento em Anibal pelo PT o levaria a crescer.
Santo Faraó
Para os apoiadores de Gladson Cameli, as constantes investidas de Perpétua Almeida no apoio a Telexfree é uma proba disso. Para qualquer político em decadência (não é este o caso dela), se agarrar à popularidade das pirâmides financeiras é o melhor remédio para salvar mandatos.
Bolsa de aposta
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Para se comunicar com Fábio Pontes use o e-mail: fabiospontes@gmail.com
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