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Governo do Acre estuda fechar fronteira para conter entrada de haitianos

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Venicios

O governo do Acre estuda fechar  temporariamente a fronteira com o Peru, na cidade de Assis Brasil (AC), para impedir a entrada de imigrantes haitianos pelo Estado. O fluxo de imigrantes oriundos do Haiti, passando por Equador e Peru, se intensificou desde a semana passada, e as autoridades locais temem conflitos devido à superlotação no abrigo público da cidade de Brasileia (AC), a 80 km da fronteira.


O abrigo tem capacidade para receber até 300 pessoas por vez, mas atualmente há 1.200 alojados. Desde a última quinta-feira (9), chegam em média 70 novos imigrantes por dia ao abrigo, segundo dados do governo estadual.


“Temo a eventualidade de uma tragédia. Não tem espaço para todos dormirem, não tem água suficiente, tem problemas no centro de saúde, problemas de alimentação. Não temos insumos suficientes. É quase humanamente impossível. Da forma que está é insustentável”, disse à Folha Online o secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, que sugeriu ao governador do Acre, Sebastião Viana, o fechamento da fronteira por um determinado tempo, enquanto a nova leva de imigrantes sejam remanejados para novos postos de trabalho.


Em outras épocas do ano, os imigrantes se alojam no abrigo público de Brasileia por um período médio de até 15 dias, enquanto esperam ofertas de trabalho em outros Estados, feitas por empresas que procuram o governo do Acre com esse objetivo.


O secretário afirma que o aumento de alojados no abrigo é comum nesta época do ano, porque as empresas que procuram os trabalhadores imigrantes costumam suspender contratações em dezembro e janeiro.


Além disso, afirma Mourão, a chegada de haitianos está sendo intensificada por boatos difundidos por “coiotes”, atravessadores que lucram com o transporte de pessoas. “Eles espalham que o Brasil vai fechar a fronteira, e que por isso [os imigrantes] precisam ir com urgência”, diz o secretário.


Para fechar a fronteira, o governo do Acre terá que formalizar o pedido ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A situação ainda está sendo estudada. Tudo dependerá do apoio logístico que o governo federal dará.


De dezembro de 2010 até o momento – cerca de 15 mil haitianos entraram no Brasil, tendo como porta de entrada o estado do Acre.


As equipes do Governo, servidores das secretarias de Assistência Social (SEEDS), Direitos Humanos (Sejudh) e Defesa Civil, estão mobilizadas para trabalhar, inclusive, neste fim de semana na região de Brasiléia, dando apoio aos imigrantes.


Em abril de 2013, o governador Sebastião Viana (PT), decretou situação de emergência social para os municípios de Epitaciolândia e Brasiléia em consequência da chegada descontrolada de imigrantes nestes locais.


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