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Há 20 anos, PT acreano iniciava ciclo de ocupação no Senado

A deputada estadual Marina Silva, uma liderança política emergente até então – foi escolhida pelo PT para ser sua candidata ao Senado nas eleições de 1994. Numa análise fria da política, as chances de Marina ser eleita eram remotas. Ela tinha como adversários concorrentes duros; entre eles estavam o senador em reeleição Nabor Júnior (PMDB), e velhas raposas do cenário político local, como os ex-deputados federais Narciso Mendes e Aloizio Bezerra.


Nabor Júnior era o grande favorito, com a outra vaga em aberto ou para Narciso ou para Bezerra. Vindo pelos cantos estava Marina Silva. Sua atuação discreta e sua fala mansa foram conquistando o eleitorado. Então com 35 anos, ela surpreendeu e foi eleita senadora da República, o segundo cargo mais importante ocupado pelo PT no Acre, perdendo somente para a prefeitura de Rio Branco com Jorge Viana (PT).


Estes foram os primeiros passos para o fortalecimento petista no Acre. Apontada como uma das figuras mais importantes da política nacional, Marina teve seu mandato marcado pela defesa da causa ambiental. A ex-petista era a única integrante da esquerda numa bancada conservadora do Acre no Senado, que tinha ainda Flaviano Melo (PMDB).


Em 1998 o Acre tinha uma das eleições mais históricas desde então. Após quase 20 anos de prevalência de partidos de direita desde a redemocratização, o PT estava em alta pelo desgaste destas legendas, elegendo Jorge Viana ao governo. No embalo, o partido levou o médico Sebastião Viana para fazer companhia a Marina no Senado.


Saia de cena o PMDB como principal força política local, para entrar o petismo. Para assegurar sua permanência no Senado, o PT sempre colocou como primeiro suplente nomes do partido. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, Marina foi escolhida sua ministra do Meio Ambiente. Ela ocupou o ministério de 2003 a 2009; neste período sua cadeira foi ocupada por Sibá Machado (PT).


Em 2006 Sebastião Viana (PT) foi reeleito, disputando o Palácio Rio Branco em 2010. A vitória colocava em seu lugar no Senado o ex-secretário de Comunicação Anibal Diniz (PT). Passados 20 anos, o PT parece ter esgotado seu quadro de lideranças para se manter como grande força no Senado.


O partido sempre girou em torno dos irmãos Viana, não tendo a capacidade de formar novas lideranças políticas. Anibal Diniz é apontado como um candidato com poucas chances de manter o mandato com o governo, com a oposição apostando no competitivo nome de Gladson Cameli (PP).


Às voltas com esta situação, o PT se vê obrigado a conceder a candidatura do Senado ao aliado PCdoB. O quadro político não permite mais ao Vianismo eleger postes, como foi com Geraldo Mesquita Júnior em 2002, quando Jorge Viana estava no auge da popularidade. Com Sebastião Viana indo para uma campanha de reeleição acirrada, os petistas se veem na difícil tarefa de apoiar o nome de Perpétua Almeida (PCdoB).


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