Secretarias de Marcus Viana servem como “cabide de emprego” da FPA

Um ano à frente da prefeitura de Rio Branco e eleito com a promessa de fazer o novo, o prefeito Marcus Alexandre Viana (PT) mostra que promessa de político só serve para o período eleitoral. Fechadas as urnas, e colocar tudo no baú e retirar quatro anos depois. O jovem prefeito coloca em prática as velhas e retrógradas formas de fazer política.

Para garantir a governabilidade, Marcus Viana usou a estrutura do município para acomodar seus aliados. Levantamento feito pelo blog mostra que quase 100% dos servidores lotados nas secretarias criadas como promessa de campanha (esta não ficou no papel) são ocupadas exclusivamente por indicação política dos partidos da Frente Popular, e dissidentes da oposição.

Durante o segundo turno de 2012, o governador Sebastião Viana (PT) comandou o processo de cooptação de membros da oposição, sobretudo os candidatos a vereador derrotados. Agora, como consequência, a prefeitura está inchada com os antigos e novos aliados da Frente Popular.

Entre as secretarias criadas por Alexandre estão a de Esportes, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Juventude, mais a turbinada Casa Civil, onde se concentra a maior parte dos apadrinhados. Os salários médios variam entre R$ 2.000 e R$ 5.000; o contracheque oscila de acordo com a densidade eleitoral do indicado.

A seleção de um servidor para atender ao público tendo como critério único a militância partidária é maléfica, enquanto milhares de jovens com formação universitária aguardam uma oportunidade de emprego, e se esforçam para tornar real o sonho de passar num concurso.

Em nota, a prefeitura informou que os cargos em comissão foi a solução mais imediata para a funcionalidade das novas secretarias, além de servidores contratados por meio de concursos de outras pastas serem remanejados. Este artifício, segundo a assessoria, garantiu o cumprimento das metas estabelecidas no início da gestão de Marcus Viana Não foi informado, porém, a previsão de concurso para preencher as vagas hoje ocupadas por indicação partidária.

Enquanto esta velha política continuar a reinar na Frente Popular do Acre, tudo não passará de um sonho.

Recuo necessário
O senador Anibal Diniz (PT) saiu de férias para evitar mais desgastes nesta sua empreitada para manter viva a candidatura ao Senado. Após um intenso movimento no final de dezembro para evitar o atropelamento precoce de suas pretensões em ir para a reeleição, Anibal deixou com seu colega Jorge Viana (PT) o comando das tratativas junto à cúpula petista e do Palácio Rio Branco. Mas Jorge não tem encontrado ressonância por seu irmão, Sebastião Viana (PT), ser o único responsável pelo poder de decisão.

Jogo baixo
Informações dão conta de que Anibal estaria com muitas mágoas pela rasteira em sua candidatura vinda do governo de Sebastião Viana (PT). Segundo informações, o senador sofreu traições até de petistas lotados em seu gabinete, mas com elos bem fortes com Francisco Nepomuceno, o Carioca. Ainda não se sabe se cabeças vão rolar no gabinete do parlamentar.

Prevenção
A atuação de Jorge Viana neste episódio é apontada muito mais como uma operação para evitar o esfacelamento do PT, do que propriamente para salvar Anibal. O senador sabe que o atual clima de animosidade dentro do PT será maléfico para a campanha a se iniciar nos próximos meses, com resultados péssimos para o governo. Uma militância desgastada e às farpas é o que menos o senador quer ver.

Força de atração
Era questão de tempo Henrique Afonso (PV) aderir ao conselho político formado por Márcio Bittar (PSDB) e Gladson Cameli (PP). O progressista, por sinal, foi um dos principais responsáveis por esta adesão, mais as conversas entre Afonso e Bittar pelos corredores do Congresso. Henrique Afonso (PV) no grupo de Bocalom (DEM) e Sérgio Petecão (PSD) sofria muito mais desgaste do que vantagem; os dois estão sozinhos e não se entendem, além dos verdes quererem não só uma candidatura, mas a construção de um plano de governo.

Olhar à frente
Sem mandato a partir de 2015 –mas trabalhando para eleger o irmão, Mãncio Lima Cordeiro – o deputado federal Taumaturgo Lima (PT) vai cuidar de sua vida pessoal. Uma das metas é retomar os trabalhos no Ministério do Trabalho e se preparar para a aposentadoria. Um dos objetivos é consolidar seu nome entre os petistas como o candidato natural a prefeito de Cruzeiro do Sul em 2016; base política na região ele tem, basta tão somente ter a benção dos líderes do partido.

Pesos e medidas
Uma análise da atual conjuntura das candidaturas ao governo mostra o nome de Márcio Bittar (PSDB) como o mais consolidado no Vale do Juruá. Ele terá como militantes na região o prefeito Vagner Sales (PMDB), Gladson Cameli (PP) e Henrique Afonso (PV). Do outro lado, o Palácio Rio Branco está com o pé fora do chão e acredita numa reeleição fácil ainda no primeiro turno, descartando o fator Juruá, região de tradicional rejeição ao petismo. 

Casa nova
Quem acompanhou meu trabalho como um iniciante analista político na coluna “Quentinhas da Redação”, agora poderá me acompanhar aqui no ac24horas. A convite do amigo Roberto Vaz, assumo o blog principal do maior e mais acessado portal de notícias do Acre. Será um desafio gigantesco, sobretudo num ano que tende a ser histórico por contas eleições de logo mais. Aqui estaremos para uma análise crítica, ética e responsável da política acreana.

Para se comunicar com Fábio Pontes use o e-mail: fabiospontes@gmail.com