O Processo de Eleição Direta (PED-2013) do Partido dos Trabalhadores (PT), que colocou o governador Sebastião Viana, como o comandante do processo eleitoral de 2014, também causou fissuras na legenda. A briga pela disputa de cargos na estrutura petista provocou um racha entre as tendências que apóiam o deputado Sibá Machado e o novo presidente regional, Ermício Sena.
Os integrantes de Democracia Socialista; Esquerda Popular e Socialista; Articulação Sindical e Unidade na Luta, tendências que apoiaram o nome de Sibá Machado à presidência do PT não compareceram à plenária do partido na manhã deste sábado. O evento foi prestigiado apenas pelos apoiadores de Sena, representantes de partidos da FPA e cargos comissionados do governo.
Enquanto as tendências que elegeram Ermício Sena comemoravam o lançamento da pré-candidatura de Sebastião Viana ao governo do Acre e Aníbal Diniz ao Senador da República, o deputado federal Sibá Machado se fazia uma reunião com no seu escritório com apoiadores. Machado redigiu uma nota, onde demonstra seus descontentamentos com o que classifica como “absolutismo”.
As declarações de Sibá machado são contundentes. Ele afirma que o PED petista não serviu para promover a unidade das tendências do partido. O parlamentar acredita que o grupo comandado por Francisco Nepomuceno, o Carioca, não está promovendo o debate da construção de teses, excluindo os militantes que apoiaram seu nome da formação da executiva regional petista.
O petista que se considera da velha guarda, destaca ainda que obteve 41% dos votos do partido, fato que o credenciaria a participar das definições dos cargos na executiva e condução do processo eleitoral do próximo ano. Sibá Machado reclama que procurou Ermício Sena depois das eleições internas do PT para “uma composição negociada”, mas ficou frustrado com a resposta de Sena.
“Nossa expectativa era de uma composição negociada, entre as chapas, para as instâncias do PT. Sentimos uma grande frustração quando recebemos apenas um recado de que a composição seguirá o critério da proporcionalidade e não de um acordo político. Para nós, isso é o retrato fiel do absolutismo que toma conta de nosso PT no Acre (infelizmente)”, declara Sibá Machado.
Na nota assinada pelas quatro tendências que apoiaram Machado, eles externam o sentimento de decepção com o tratamento político do grupo comandado por Sebastião Viana. Os militantes dizem ainda que estão preocupados com o futuro do PT no Acre, onde o “diálogo construtivo” que é praticado nas fileiras petistas desde a década de 90 foi substituído por um tipo de regime ditatorial.
“O PT estará sempre acima de nós, porém, sem dono. Aqui sempre valerá o bom debate. Nosso compromisso é com a construção e organização partidária, com o fortalecimento das organizações sociais, com o resgate histórico do PT e de nossos militantes, dos diretórios municipais e vereadores, atuando fortemente para ampliar o debate interno de nosso partido”, diz Sibá Machado.
Procurado pela reportagem, o presidente eleito do PT, Ermício Sena declarou que não existe clima de animosidade no partido, mesmo se notando que a plenária do PT foi esvaziada pelas tendências que apóiam Sibá Machado. O dirigente disse que vai estabelecer uma linha de diálogo com o grupo rebelde de Sibá Machado, Taumaturgo Lima e Jonas lima.
Segundo o dirigente petista, a partir de segunda-feira, as conversas com as forças serão retomadas. “Eles vão indicar os nomes e os cargos que estão pleiteando, de forma que não é só a força do Sibá, é a força da DR, a força do MPT, do PTPT, da Articulação que Sibá faz parte e da DS, todas estas forças vão compor a executiva do PT. Nós estamos muito tranquilos, vamos sentar e conversar”, justifica.
Questionado pelo esvaziamento da plenária do PT e pela ausência dos líderes das forças comandadas por Sibá Machado, Taumaturgo Lima e Jonas Lima, o presidente da legenda justificou: “é porque eles tinham uma reunião marcada para hoje para discutir isso, e coincidiu com a plenária de posse, então, eles estão discutindo lá, e é natural do PT”, afirma Ermício Sena.
Para o Sena, a conversa seria para definir os nomes que o grupo de Machado apresentará para compor a executiva petista. “É até bom que eles tenham sentado discutido quais os nomes e quais os cargos, para colocar na mesa a partir da próxima semana, quando vou tomar à frente e dialogar com Taumaturgo, com Jonas, com Sibá e com todos os companheiros que participaram do PED”, finaliza.
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