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Bacia do Acre não despertou interesse da indústria petrolífera, revela jornal

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No Acre, apenas um dos nove blocos oferecidos foi arrematado – o comprador foi a Petrobras, em lance único com o preço mínimo de R$ 12 milhões.


A falta de infraestrutura e a distância dos principais mercados consumidores são as razões pelas quais a bacia do Acre não foi disputada pelas maiores industrias petrolíferas.  O fato da Petrobras, estatal brasileira,  arrematar o 1º bloco na bacia Acre-Madre Dios dentre os blocos ofertados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante a 12ª rodada de áreas de petróleo e gás, não significaria que de fato a região teria viabilidade para se sustentar. A análise foi divulgada hoje, 29, pelo jornal especializado Brasil Economico.


De acordo com a publicação, das cinco bacias de novas fronteiras exploratórias oferecidas na 12ª Rodada de Licitações, realizada quinta-feira, apenas na Bacia do Paraná teve concorrência. Três áreas menos conhecidas – no Acre, no sul da Bahia e no Mato Grosso – não tiveram disputa. Foram arrematados apenas 72 dos 240 blocos oferecidos no leilão mais rápido da história das rodadas de concessão de petróleo e gás no país. Ao todo, a ANP arrecadou R$ 165,2 milhões.

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“O mercado de gás difere do mercado de petróleo porque demanda infraestrutura de escoamento. Quanto mais perto do mercado consumidor, melhor”, explica o geólogo John Forman, ex-diretor da ANP. Por isso, diz ele, a Bacia do Paraná, mesmo sendo nova fronteira, teve 16 dos 19 blocos arrematados. “Está praticamente dentro do mercado”, comenta o especialista. A região já teve pequenas descobertas de gás, mas nunca se viabilizou como polo produtor.


Especialistas destacam as dificuldades da exploração em áreas isoladas, como é o caso do Acre. As dificuldades de escoamento estão na raiz dos problemas da novata empresa HRT, por exemplo. A empresa tem descobertas na Bacia do Solimões, no Amazonas, mas não consegue levar o gás ao mercado consumidor. Sem gerar receita, a companhia passa por um processo de reestruturação, com venda de ativos e redução da estrutura operacional. Além disso, o pouco conhecimento das áreas pesou na estratégia das empresas, avalia o advogado Pedro Dittrich, sócio responsável pela área de Petróleo do escritório Tozzini Freire. “Acredito que as empresas tenham avaliado que é muito cedo para apostar nessas áreas, onde ainda há poucas informações geológicas”, diz ele.


FALTA DE INFORMAÇÃO PESOU NO RESULTADO E ACRE FOI PREJUDICADO


Agendado para dois dias, o leilão durou apenas uma manhã. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse, ao fim do evento, que o objetivo era “semear a cultura do gás no Brasil”, e reconheceu que a falta de informações pesou no resultado.


Uma das principais motivações da rodada era ampliar o conhecimento do subsolo em bacias ainda sem atividade. No Acre, apenas um dos nove blocos oferecidos foi arrematado – o comprador foi a Petrobras, em lance único com o preço mínimo. Parecis, no Mato Grosso, e São Francisco, apontados como áreas com potencial para reservas não convencionais, como o gás de xisto, não tiveram lances. A porção norte da Bacia de São Francisco, onde a ANP perfurou um poço seco pouco antes da rodada, deve ficar de fora de novos leilões.



“Entendo que precisamos fazer mais exploração, no Plano Plurianual de Geologia e Geofísica”, afirmou Magda, referindo-se ao programa de investigação das bacias petrolíferas tocado pela própria ANP. No ano que vem, um novo poço será perfurado na Bacia do Parecis com esse objetivo. Com mais informação, diz ela, a área pode ganhar atratividade. “A Bacia do Paraná foi oferecida em 2008 e não teve oferta vencedora. Cinco anos depois, veja o interesse que ela atraiu”, argumentou. A região esteve no foco da frustrada experiência da Paulipetro, petroleira criada por Paulo Maluf no início dos anos 1980, hoje alvo de ações por mau uso do dinheiro público.


A Bacia do Parnaíba, outra nova fronteira, teve apenas um bloco arrematado entre 32 oferecidos. Na área, que se estende entre o Maranhão e o Piauí, a Eneva (ex-MPX) e a OGX, de Eike Batista, iniciaram um projeto de geração de energia a partir do campo de gás de Gavião Real, modelo conhecido como gas by wire (gás pelo fio), apontado como solução de escoamento para regiões que não têm gasodutos. A bacia teve grande disputa na 11ª Rodada de Licitações, realizada em maio.


Na outra ponta, as bacias maduras oferecidas no leilão de quinta-feira tiveram competição acirrada. No Recôncavo Baiano, quarto maior produtor brasileiro de petróleo e gás, 30 das 50 áreas foram arrematadas. Na Bacia de Sergipe-Alagoas, sexto maior produtor, foram 24 áreas em 56 ofertadas. As duas regiões convivem com a atividade petrolífera há décadas e contam com fornecedores de serviços e infraestrutura de escoamento da produção.


Para driblar as dificuldades logísticas, a maior parte das empresas de pequeno porte entrou no leilão em parceria com a Petrobras, a principal vencedora do dia com participação em 49 dos 72 blocos arrematados. “Pouca gente decidiu apostar sozinha. É uma forma de diluir o risco”, avalia Dittrich. Além da reconhecida capacidade exploratória, a estatal controla a malha brasileira de gasodutos e tem participação em 19 distribuidoras estaduais de gás canalizado.


Segundo a ANP, o leilão vai garantir um investimento mínimo de R$ 500 milhões na exploração dos blocos concedidos. A disputa, que teve apenas 12 empresas, marcou a estreia da companhia francesa de energia GDF Suez, que arrematou seis blocos no Recôncavo, e o surgimento de uma petroleira brasileira, a Nova Petróleo. Para o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, o amadurecimento da lei do gás – que propõe a desverticalização dos investimentos em transporte – e a expansão do sistema de transmissão de energia são suficientes para justificar investimentos na produção de gás natural.


A indústria, porém, ainda vê necessidade de avanços regulatórios e desverticalização. “A falta de definição de uma política pública para o insumo dificulta a atração de produtores”, diz o coordenador do Projeto +Gás Brasil, Paulo Pedrosa.


SEBASTIÃO E CIA NO LEILÃO

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Uma comitiva de políticos e empresários acreanos  participou da 12ª Rodada de Licitações de Gás e Petróleo, na Agencia Nacional de Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, nesta quinta, 28. A comitiva capitaneada pelo governador Sebastião Viana (PT), acompanhado do presidente da ALEAC, deputado Élson Santiago (PEN), a chefe do Gabinete Civil, Márcia Regina (PV) e os empresários Narciso Mendes e George Teixeira Pinheiro.



 


GOVERNO  VENDE EXPLORAÇÃO COMO A RENDENÇÃO ECONOMICA


Em setembro deste o ano o governador Sebastião Viana promoveu um debate com a presença do consultor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustírveis (ANP), Newton Reis Monteiro, ex-diretor do órgão, uma das principais autoridades do país no assunto.



Na oportunidade, o governador e o consultor apresentaram para o empresariado local as perspectivas do empreendimento. Para se ter uma idéia, apenas a perfuração de um poço custa R$ 12 milhões. Com os equipamentos, como um separador, bombas e estação de coleta, o valor chega a R$ 70 milhões.


Para alguns empresários, os valores são totalmente fora da realidade do empresariado acreano, que vive numa crise profunda.


Para convencer os empresários de que o negócio tem retorno rápido e garantido, o convidado de Sebastião Viana garantiu que em seis meses é possível “tirar o investimento feito. Há um retorno garantido superior a 35%”, disse o pesquisador Newton Reis.


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