O requerimento foi aprovado por unanimidade. A audiência pública está agendada para o dia seis de dezembro, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Antônia Lúcia informou que os deputados federais querem saber ainda se houve violação “ao direito de imprensa, dos direitos fundamentais e básicos assegurados na Constituição, de todos os envolvidos na denúncia”.
Segundo a deputada acreana, a CDH da Câmara quer “esclarecer todos os fatos lamentáveis que ocorreram sobre o fornecimento de alimentação através de ‘quentinhas’ aos pacientes do setor de hemodiálise do Hospital das Clínicas. Não podemos ignorar a denúncia da presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados, Berenice Sales da Silva.
Antônia Lúcia diz que ficou evidente que os pacientes e a direção do hospital constataram a presença de vermes (tapurus) no frango assado. “A paciente Kelly Andreia Silva fez declarações contundentes. Os gestores estão querendo criar uma teoria de conspiração política para justificar a falha. Mais de trinta pacientes encontraram bichinhos na comida. O hospital queria abafar o caso”, enfatiza.
A Comissão de Direitos Humanos quer ouvir a secretaria de saúde, Suely Melo; o superintendente do HC, Carlos Eduardo; a nutricionista Eliane Frari: a denunciante Berenice Sales; o delegado Nilton Boscaro; o representante da Tapiri, Lourival Camilo; o jornalista Altino Machado e o policial militar aposentado, Auro José Rodrigues, que confirmou a denúncia.
“Vale ressaltar que esta empresa fornecedora das “quentinhas”, em passado recente, foi acusada de fornecer sistematicamente refeições estragadas para os presídios do Acre. De acordo com a revista Carta Capital, a empresa Tapiri Indústria de Alimentos é uma das doadoras de recursos para as campanhas eleitorais do partido dos trabalhadores (PT)”, destaca Antônia Lúcia.
A parlamentar considera suspeito o fato de a empresa ganhar sistematicamente as licitações para fornecimento de alimentos a vários órgãos públicos do Acre. “Em vez de o governador providenciar apuração rigorosa sobre o caso, fez a opção de desqualificar e incriminar jornalistas, seu assessor ataca profissionais da imprensa de forma odiosa e irresponsável”, afirma.
Antônia Lúcia justifica a realização da audiência pública destacando que, “diante dos fatos não nos resta outro meio a não ser acionar esta Comissão no sentido de apurar a denúncia sem matizes políticas partidárias apresentando ao final relatório conclusivo sobre este caso grave, que causou grande repercussão no Estado e em nível nacional”, finaliza.
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