A eterna eleição antecipada do Acre

Os mais recentes episódios divulgados pela mídia revelam um clima eleitoral aquecido no Acre. Mesmo há quase um ano do próximo pleito qualquer informação é politizada. O estranho é quem está no “poder” facilitar para fomentar esse estado pré-eleitoral conflituoso. Qualquer assunto, mesmo os de menores relevância, tornam-se um embate entre situação e oposição. Existe um erro claro estratégico nesse tipo de ação. A FPA está há 15 anos no poder e tem um desgaste natural que só aumenta com as “futricas” fomentadas à opinião pública.

O adversário sem face
Não existe, no momento, nenhum pré-candidato da oposição que capitalize esses desgastes inúteis dos governistas. A realidade é que os eleitores estão divididos em quem vai votar a favor da atual gestão e os que votarão contra.

Voto de protesto
O perigo à reeleição de Tião Viana (PT) são os votos contra. Para quem decidiu que não quer mais o PT governando o Acre, como diz o “povão”, o candidato da oposição pode ser qualquer um.

Fogo amigo
Mesmo dentro da FPA alguns “aliados” esperam a hora de dar o troco por estarem insatisfeito com a atual “partilha” do poder. Confiar na lealdade de membros de partidos que integram a FPA por conveniência é suicídio.  

Tiro no pé
Quando alguns “gênios” do marketing governista atribuem problemas técnicos corriqueiros de qualquer gestão às ações da “oposição sem face” estão fortalecendo o adversário. Na realidade estão vendo fantasmas…

Favorito
Numa roda de deputados da base nesta, quarta, 20, todos concordavam com o favoritismo de Tião Viana (PT). Mas ao mesmo tempo faziam críticas contundentes à equipe que o cerca. Se Tião perder os culpados já estão eleitos.

Questão de estilo
Um dos deputados afirmou que o governador gosta de comparar seu estilo de governar com o de um ícone da política brasileira: os ex-governador da Bahia, por várias vezes, Antônio Carlos Magalhães, já falecido.

Toninho “malvadeza”
Antônio Carlos Magalhães governou a Bahia com mãos de ferro. Tratava seus adversários políticos como inimigos. O que lhe valeu o apelido. Mas por outro lado, foi quem deu o maior impulso de desenvolvimento à Terra de Todos os Santos. Reconhecido por personalidades como Caetano Veloso e Gilberto Gil.

A insustentável leveza do ser
O ex-governador Binho Marques (PT) passou pela gestão do Acre e deixou muitos poucos desafetos. Não rendeu-se à cobrança de políticos internos e externos. Seria um candidato forte a qualquer cargo eletivo, inclusive, ao Senado.

Assumindo os “riscos”
O vereador Juracy Nogueira (PSB) espantou os “fantasmas” que o cercavam. Subiu nesta quarta, dia 20, na tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco e assumiu a sua filiação ao PSB. Sem medo de ser feliz…

Certeza da vitória
Os advogados do vereador por três mandatos entendem que o mandato é da coligação a qual Juracy disputou as eleições em 2012. Como o primeiro suplente, Wendy Lima (DEM), não vai pedir o seu mandato, os outros não teriam direito.

Unidos
O grupo da ALEAC que autodenomina-se “Baixo Clero” composto por governistas e dissidentes tem mais coesão que a “base”. O líder é o deputado Chico Viga (PTB), que não frequenta a tribuna, mas está em constante articulação política.

Salve Jorge
O senador Jorge Viana (PT-AC), segundo uma fonte, teria conversado com o pré-candidato ao Governo, deputado federal Henrique Afonso (PV-AC). As ponderações de Jorge foram rechaçadas pela base do PV no Acre. Henrique contínua candidato.

Coisas da política
Se os líderes da FPA acham que Henrique será um candidato “nanico” por que tanto empenho em mantê-lo na Coligação? A verdade é que Henrique tem sido o candidato de oposição mais badalado pela mídia. Se souber aproveitar…

Drama “pessoal”
O deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC) está passando por um momento familiar muito difícil com a descoberta de uma séria doença numa irmã que mora em Campo Grande (MS). O pré-candidato ao Governo, deverá ausentar-se por um tempo do Estado. A vida é mais importante que a política.

Boa opção
Depois de ver o Sindicato do Jornalistas (SINJAC) acéfalo em momentos delicados para a categoria, a disposição de Vítor Bombonzão, de assumir a missão é louvável. Jovem, diplomático, dedicado e querido pelos jornalistas, Bombonzão merece uma chance.  

Os confiáveis e os “desconfiáveis”
Sempre existiu dentro da FPA uma classificação entre os “aliados” considerados de confiança pelo “projeto” e, aqueles não muito confiáveis. Henrique Afonso (PV) sempre foi um “patinho feio” nadando entre cisnes. O deputado Luis Tchê (PDT) também não goza da confiança plena dos detentores do poder. Alguns membros do PC do B só tornam-se “Hermanos” durante as eleições. Sem falar de alguns empresários que abraçaram a “causa”, recebem tapinhas nas costas, mas estão sempre na alça de mira no caso de algum deslize. Assim a FPA vai mais uma vez como “favorita”, por enquanto, para a disputa do quinto mandato consecutivo ao Governo do Acre.