O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouve nesta terça-feira (20) o advogado Gilson César Stefanes, última testemunha arrolada pela defesa do deputado afastado Natan Donadon. O ex-funcionário de Donadon alegou que não poderia comparecer à sessão do Conselho realizada na semana passada porque mora em Rondônia e precisaria de mais tempo para programar uma viagem a Brasília.
Na última reunião foram ouvidos dois ex-funcionários – que trabalhavam como motorista e secretário parlamentar – do gabinete de Donadon. O ex-motorista Francisco Batista Dantas disse que, em 28 de agosto, dia da sessão do Plenário da Câmara em que não foi alcançado número suficiente de votos para a perda do mandato, alguém teria perguntado ao deputado se ele já tinha votado. Já o ex-secretário parlamentar Givaldo Rodrigues afirmou que nunca soube de irregularidades envolvendo o deputado.
Após os depoimentos de duas testemunhas de defesa, o relator José Carlos Araújo (PSD-BA) declarou que apenas um fato novo poderá evitar que seu parecer recomende a cassação. “Eu estou ouvindo a defesa, mas uma coisa o Brasil inteiro fala: quem está preso e condenado não pode exercer o mandato de deputado, a não ser que tenha alguma coisa muito forte aí que o inocente”, disse o deputado.
Para o relator José Carlos Araújo, os depoimentos só serviram para atrasar o andamento do processo. “As testemunhas não acrescentaram absolutamente nada, não trouxeram nenhuma luz ao processo. A gente fica com a impressão de que apenas era para se ganhar tempo.”