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Acre ou Rondônia?! O rio que nos separa do crescimento

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Venicios

O Acreano detesta que se compare o Acre a Rondônia. Nas tradicionais disputas regionais brasileira, em que estados vizinhos tentam superar o outro em desenvolvimento, economia e/ou cultura, na rivalidade entre os dois Estados separados pelo Madeira – e a divisa natural será sempre o portentoso rio – durante muitos anos o acreano levou vantagem sobre o vizinho. Levou… Há algum tempo Rondônia nos deixou para trás. E muito pra trás! Ontem (17/11), dia de comemoração do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Acre foi incorporado ao Brasil, lendo uma matéria na Folha de São Paulo que dizia “o agronegócio responde por 20% do Produto Interno Bruto e por mais de 30% dos empregos. Estima-se que, este ano, metade do crescimento econômico do país venha da produção do campo e das indústrias ligadas a ele”, fiquei a comparar a realidade de Rondônia, criado apenas em 1982 e o Acre. Durante muitos anos, nós, acreanos, nos orgulhamos de estar na vanguarda do desenvolvimento da região. Como dizemos por essas bandas, colocávamos Rondônia no chinelo… Mas a história mudou. O Estado vizinho hoje é uma potência econômica puxado pelo agronegócio – de todos os tamanhos e matizes – que se reflete nos índices de desenvolvimento humano. Apenas a título de informação, “entre 2002 e 2010 o Estado apresentou 63,9% de crescimento acumulado do PIB, sendo o 2º Estado brasileiro que mais cresceu no período. Rondônia possui ainda a menor incidência de pobreza e o melhor desempenho na avaliação do PISA 2009, entre todos os estados das regiões Norte e Nordeste e também a 4ª melhor distribuição de renda de todo o Brasil, e o melhor fora da Região Sul do país”. Esses dados são públicos e se encontram na Wikipédia.


E contra fatos não há argumentos. Nas últimas duas décadas o Acre estagnou. Nossa economia patina na dependência do contracheque estatal e, pior ainda, das transferências da União. Um espirro na economia nacional nos faz cair em uma pneumonia aguda. É preciso – e com urgência – criar um modelo de desenvolvimento, já que o que nos foi até aqui apresentado não nos levou à “Finlândia brasileira” prometida, ao contrário, não nos fez avançar uma única casa no último levantamento do IDH. Sem produção de base maciça, com apoio tecnológico, incentivo e subsídios reais ao empreendedor do campo, principalmente ao pequeno e médio produtor, em todas as pontas da cadeia produtiva, continuaremos a ver Rondônia aqui “do rabo da gata” (do fim da fila), chupando cana (se tiver), tomando banho de açude e comendo piaba.


*Neto Ribeiro é advogado


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