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Desafios do desenvolvimento

Sabemos que o subsolo do Acre é rico em recursos naturais. São inúmeras pesquisas e sondagens que corroboram esse fato. É preciso transformar esses recursos naturais em riquezas palpáveis para o povo acreano. A tarefa não é fácil, mas dela depende o futuro de milhares de famílias. Precisamos fincar as bandeiras do desenvolvimento na região, superar os entraves históricos e transformar as mentalidades para que no futuro próximo possamos usufruir com sabedoria e justiça das riquezas com que fomos agraciados.


Três grandes gargalos devem estar na mira de quem deseja desenvolver o estado. O primeiro é a superação do conservacionismo ideológico, que forças políticas internas e externas impõem ao Acre. É evidente que a técnica e a tecnologia serão os grandes aliados de quem verdadeiramente pensa em preservação racional dos recursos da natureza. Não é possível impor ao habitante do Acre o subdesenvolvimento em nome do fetiche da preservação pela preservação. Já sabemos muito bem como a tal florestania fez mal ao Acre e sua economia. Hoje, para o acreano, pseudo ideias de ecologistas radicais significam marasmo econômico. É tempo de superar a ideologia conservacionista e fazer o Acre se desenvolver.


O segundo gargalo é a falta de meios de transporte para escoar riquezas que iremos conseguir extrair do subsolo. É preciso um planejamento rigoroso para as próximas décadas em toda a mobilidade do estado. Precisaremos superar a incompetência governamental, que leva décadas para construir uma rodovia e, ainda, o faz gastando mais do que o necessário e com qualidade inexistente. Precisaremos pensar em saídas multimodais, conjugar ferrovia, hidrovia e rodovias, em função dos eixos produtivos do Acre e das saídas possíveis de nossas mercadorias e das riquezas de nosso subsolo. Sem meios modernos para escoar a produção não haverá desenvolvimento. Ao governo caberá o estabelecimento de grandes parcerias com setor privado para preparar a mobilidade do estado.


O terceiro gargalo diz respeito ao nosso capital humano, que é o valor do capital incorporado às pessoas por meio da experiência, educação e formação. É  um capital que se constitui em fator importante no desenvolvimento econômico e nas explicações das desigualdades entre nações e indivíduos. Em outras palavras, precisamos qualificar as pessoas, elevar a escolaridade e fomentar o espírito livre e produtor do povo. As pessoas quando preparadas podem usufruir das riquezas, ocupar os melhores postos de trabalho, fornecer insumos necessários à produção, enfim aproveitar riquezas.


Algumas estatísticas nos mostram que o governo deverá centrar seus esforços em, realmente, elevar o nível educacional do povo para um futuro de desenvolvimento. O que foi feito até então é muito insuficiente. Segundo o censo demográfico de 2010, 16,5% dos acreanos de 15 anos ou mais são analfabetos. O Acre teve as maiores taxas de analfabetismo em 1991, 2000 e 2010 dos estados do norte do país. Ainda, em 2010, apenas 39,6% dos ocupados com mais de 18 anos possuíam o ensino médio completo e 10,7% o ensino superior. Precisamos triplicar os indicadores positivos para preparar as pessoas no aproveitamento das riquezas. O governo estadual precisa estar atento a isso, e centrar esforços na ampliação do ensino superior e do ensino técnico, elevando o capital humano capaz de transformar recursos em desenvolvimento efetivo.


A superação desses três gargalos é condição para o desenvolvimento do Acre: superar a mentalidade ideológica da ecologia radical e obtusa, preparar o setor de transporte e construir parcerias produtivas entre a esfera pública e privada para dar mobilidade ao Acre e qualificar as pessoas, aumentar a escolaridade e ampliar as oportunidades para os jovens. Ao perseguir esses três objetivos estaremos construindo um futuro melhor e mais produtivo para as famílias acreanas.


* Marcio Bittar é Deputado Federal pelo PSDB/AC, Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados e Presidente da Executiva Estadual do PSDB/AC


 


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