Posseiros do Cacau sitiam sede do Incra e servidores são impedidos de sair

Insatisfeitos com a decisão judicial que deu ganho de causa ao fazendeiro Nivaldo Moraes, dono e com a decisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em não reclamar a propriedade das terras em questão, os posseiros do Ramal do Cacau invadiram a sede do órgão federal e sitiaram os servidores, que foram impedidos de sair do prédio.

De acordo com uma servidora do órgão que pediu para não ser identificada, os manifestantes chegaram um pouco antes do meio dia e impediram que os servidores deixassem as dependências do Incra de automóvel, alguns funcionários conseguiram sair, mas seguiram sem seus veículos.

Para impedir a passagem os manifestantes bloquearam o portão principal com um caminhão e armaram uma barraca onde estão vendendo banana, mandioca, mamão, entre outros produtos.

A área em questão está localizada no município do Bujari e vinha sendo ocupada há mais de um ano e meio por cerca de 180 famílias. No local, uma área de terra de mais de 5 mil hectares, localizada no km 86 da BR-364, antes da ponte do Rio Antimary, os posseiros construíram uma escola, onde estudavam 26 crianças, e várias lavouras de hortaliças e verduras, entre outras culturas havia sido plantada.

Na ocasião o Sindicato de Trabalhadores Rurais do município de Bujari informou que a área ocupada era requerida na Justiça pelo fazendeiro Nivaldo Moraes, proprietário da fazenda Canary, que reside no estado do Mato Grosso, mas alegava a propriedade das terras.

Em contrapartida um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), os técnicos concluirão que a área ocupara se trata de terras públicas da União, mesmo assim o Incra teria abrido mão da propriedade das terras para beneficiar o fazendeiro.

Os posseiros prometem acampar em frente a sede do Incra até que se tenha uma solução para o caso.