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Possível vitória de Sibá no PED forçaria Sebastião a rever a condução da FPA

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Em uma rápida entrevista ao AC24horas, o Professor Nilson Euclides da Silva,  Coordenador do Núcleo de Estudos Políticos  e Democracia da Universidade Federal do Acre, respondeu algumas perguntas referentes a disputa das eleições internas do PT, o retorno do antigo horário e se ainda é possível a oposição se unir para disputa das eleições 2014.


Confira o material na integra:


AC24horas – Professor, no próximo domingo, 10, o PT em todo o Brasil escolhe em uma eleição unificada os presidentes dos diretórios estaduais e municipais. No Acre, dois nomes disputarão a presidência do maior partido do Estado.  De um lado, vem Ermicio Sena, com todo o apoio do governador Sebastião Viana e da cúpula governista, e do outro vem o deputado Sibá Machado, que vem com o discurso  de “resgatar a ideologia, a os preceitos da velha guarda petista”. Como o senhor avalia essa eleição?


Nilson –  Acho que essa será uma eleição singular porque houve um acirramento nos últimos dias pela disputa no comando do partido. Isso significa que ponto de vista interno, o que se tem é uma tentativa de se reafirmar a liderança e o poder dos irmãos Viana, e por outro lado o movimento de grupo que vem ao longo dos últimos anos perdendo espaço nos processos de decisão interna do PT. O fato de termos os dois grupos motivados para o pleito significa que hoje não existe um tendência hegemônica, e o grupo que se constituía como hegemonia hoje perdeu espaço no comando. Mas, eu ainda creio no poder da caneta e não aposto em rupturas profundas nas estruturas internas do partido.


AC24horas – Caso Sibá seja derrotado pela máquina governista isso será o primeiro sinal que sua reeleição a câmara está ameaçada ou se por um acaso, o jogo se inverta e, Ermicio perda a disputa? O que deve acontecer na estrutura do PT/FPA?


Nilson – Hoje eu não vejo nenhum candidato do PT com força suficiente para se eleger sem o apoio da máquina governista e da militância profissionalizada do PT, mas uma vitória do Sibá Machado pode forçar o Governador rever a maneira como vem conduzindo a política interna do seu partido e da própria FPA. Mas, afirmo que uma vitória do Sibá Machado seria uma grata surpresa para mim.


AC24horas – Essa disputa interna do PT, onde brigas, conchavos e picuinhas fazem parte do jogo político, não lembram a oposição? Afinal de contas, quem é o gato e quem é o rato nessa confusão envolvendo desunião de ambos os lados?


Nilson – Nenhum grupo consegue se manter hegemônico em um partido durante tanto tempo. O PT de São Paulo onde o ex-presidente Lula tem um poder enorme também vem apresentando alternativas ao seu comando. No PT do Acre não poderia ser diferente porque é impossível que você consiga atender os interesses de pessoas e grupos sem criar rupturas e conflito com um e outro grupo. Afinal, estamos falando de um estado pobre, e de uma máquina partidária que tem aumentado as suas fileiras de militantes e engajados, e essas pessoas desejam o aumento do seu poder de compra. No grupo da oposição o que falta é alguém com personalidade suficiente para bater na mesa e dizer que está em jogo algo muito maior, ou seja, a oportunidade real de governar o Acre depois de quase vinte anos fora do poder.


Saindo da disputa interna do PT, com a volta do horário, existem vencedores e perdedores? Quem perde mais com os prejuízos iniciais do retorno da hora a partir de domingo, oposição ou o governo?


Nilson – Eu confesso que essa discussão sobre o retorno do antigo me faz pensar o Acre como uma província. A maioria da população decidiu que o horário não deve ser mudado, discussão encerrada e ponto final. Temos problemas mais importantes para resolver no Estado. Esse burburinho de um lado e de outro mostra o quanto ainda estamos distante de um convivência democrática e de respeito as decisões populares que devem ser sempre soberanas. Acho que podemos resumir esse episódio da mudança em 2008 como um grande erro político por parte do governo que poderia ter proposto um plebiscito e não um referendo acerca do tema. Mas, se tiver que apontar um vencedor não tenho dúvida de afirmar que o povo acriano foi o grande vencedor, e a democracia se fortaleceu com esse episódio.


AC24horas – Faltando menos de ano para as eleições, como o senhor analisa a União PSDB/PMDB e PP? Ainda é possível aquele eleitor que sonha com a “união da oposição” esperar uma conciliação com o grupo de Petecão e Bocalom?


Nilson: Acho que podemos esperar uma coligação PSDB, PMDB e PP o que tornaria a disputa para o governo e ao senado muito mais interessante. Por outro lado, não creio que o candidato Bocalon seja seduzido para concorrer a uma vaga no legislativo federal. Considero que a sua saída do PSDB foi um erro, e o Senador Petecão ainda não é uma liderança política com força para eleger um candidato ao governo do Acre.


 


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