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No Acre, meninos são aliciados com promessa de se tornarem jogadores de futebol

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Venicios

Entre 2005 e 2011, um terço dos indiciados por tráfico de pessoas foi pego em região de fronteira. É o que aponta a pesquisa Diagnóstico sobre Tráfico de Pessoas nas Áreas de Fronteira no Brasil.


Segundo a pesquisa, dos 384 indiciamentos, 128 foram registrados na fronteira brasileira que abrange 15.719 quilômetros em 11 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Rondônia e Santa Catarina.


O estudo, que foi lançado na última sexta-feira (18), mostra que, além dos tipos mais comuns de tráfico – para exploração sexual e para trabalho em regime análogo à escravidão, presentes em praticamente todos os estados fronteiriços – outras modalidades foram registradas.


No Acre, segundo a pesquisa, grande número de traficados se dá da seguinte forma: meninos que recebem a falsa promessa de aliciadores de que vão se tornar jogadores de futebol profissionais no exterior. Esses casos, além do Acre, acontecem também nos estados do Paraná e Pará. No Paraná, também foi relatado casos de adolescentes sul-coreanos eram trazidos ao Brasil por aliciadores para jogar futebol e ficaram com os passaportes retidos.


O trabalho também mostra casos de crianças adotadas em cidades do interior para servir de trabalhadoras domésticas nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já os estados de Roraima, do Pará, do Amapá, de Mato Grosso do Sul, do Rio Grande do Sul e Paraná tiveram casos de pessoas exploradas para atuar como ‘mulas’ para o tráfico de drogas (transportar substâncias proibidas).


A pesquisa mostrou ainda o desconhecimento sobre o tráfico de pessoas indígenas nas regiões mais remotas e que migram de um estado para outro, de um país para outro. Em maio de 2013, o Ministério da Justiça e o Escritório das Nações Unidas para sobre Crimes e Drogas (Unodc) lançaram a campanha “Coração azul” para inibir o tráfico de pessoas. As denúncias podem ser feitas pelo Disque Denúncia Nacional, ou Disque 100 e pela Central de Atendimento a Mulher, Ligue 180.


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