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Joana D’Arc denuncia manobra da polícia para incriminar vítimas de assalto à lotérica

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Roberto Vaz

A advogada e ativista dos Direitos Humanos, Joana D’Arc Valente Santana afirma que existe manobra da polícia para tentar envolver duas, das 20 vítimas que foram feitas reféns na última quinta-feira (10), durante tentativa de assalto a Lotérica “Trevo da Sorte”, no centro de Rio Branco. As vítimas seriam a gerente da lotérica identificada como Luzia e uma funcionária identificada por Eliane Nascimento Cardoso, que mesmo grávida foi conduzida à delegacia no camburão de uma viatura do Batalhão de Operações Especiais (Bope).


A ativista dos Direitos Humanos disse ainda que diante desse e de outros fatos recorrentes no Estado defende a vinda de uma comissão federal para investigar inúmeros casos de conduta ilegais e cerceamento dos direitos e da dignidade humana ocorridos no Acre.


“É um absurdo o que estão querendo fazer com essas mulheres. Duas vítimas da falta de segurança que impera em nosso Estado e ainda são postas como suspeitas. Tive informações de que, a exemplo de outros casos que aconteceram recentemente em Rio Branco, as vítimas estão sendo influenciadas, induzidas e tendo seus depoimentos direcionados para que se incrimine essa duas mulheres; isso é inadmissível, isso tem que acabar aqui no Acre”, denunciou D’Arc.


Joana D’Arc disse que no dia da tentativa de assalto foi ao local junto com a também ativista dos Direitos Humanos Aldeídes Moura, a pedido dos assaltantes, afirmou que os acusados não queriam mais negociar com os mediadores da Polícia Militar (PM) e temiam por suas vidas.


“A verdadeira verdade real sobre o assalto – tentiva – mais longo da história de Rio Branco tem que ser conhecida por todos. As negociações estavam desgastadas e já haviam sido frustradas por dois gerenciadores de crises da PM. Os acusados ligaram para uma rádio e pediram que fossemos lá para que eles se entregasse, tudo isso porque as instituições oficiais estão desacreditadas. Eles não queriam mais negociar com os policiais e temiam por suas vidas. Após 15 minutos da nossa chegada os acusados se renderam. Isso mostra a credibilidade do nosso trabalho e o descrédito das instituições de segurança pública do Acre”, enfatizou a ativista.


A advogada entregou a reportagem de ac24horas.com a gravação do áudio da ligação feita à rádio pelos assaltantes. Nela um dos assaltantes se identifica como Antônio da Silva Feitosa e diz que vai negociar com Joana D’Arc.


“Me causou estarrecimento a hostilidade da Polícia Militar com todas as mulheres vítimas deste nefasto episodio, desde as acusações levianas e irresponsáveis que estão sendo imputadas a Luzia e a Eliane. Ambas vem sendo tratadas com indiferença e hostilidade por gestores da Segurança Pública do Estado. Somente numa litigância com as instituições nacionais apurando todos desvios de conduta é que colocarei o feito à ordem e cada um responderá por sua ação, omissão e prevaricação em razão da função”, comentou Joana D’Arc se referindo as suspeições impostas pela polícia quanto a participação da gerente e da funcionária da lotérica no roubo.


As ativistas afirmaram que a única pessoa digna de elogios durante toda a ocorrência foi o subcomandante da PM, coronel Júlio Cesar, que tomou decisões acertadas nos momentos corretos.


Secretário nega hostilidade e diz que há provas
fortes do envolvimento das suspeitas


O secretário de Segurança Pública, Reni Graebner, disse na manhã desta quarta-feira que o caso está em processo de investigação e que não se pode fazer uma avaliação antes da conclusão do inquérito. Porém, segundo Graebner, há fortes indícios de que Eliane Cardoso e Luzia estejam envolvidas na tentativa de assalto à lotérica.


“Ela (Joana D’arc) sabe que o inquérito é inquisitório e algumas peças são mais sigilosas que as outras. Ela deve se manifestar no inquérito policial e aguardar o resultado, o julgamento dos fatos, do que está sendo apurado. Não se pode fazer uma avaliação antes que o inquérito seja concluído. A Polícia ta juntando elementos de provas. Faz parte da investigação e se alguma coisa não dentro da normalidade tem os remédios jurídicos, mas em principio a polícia tem que investigar todas as possibilidades possíveis. Não tem direcionamento. A Polícia tem que ouvir todas as partes, todas as linhas de investigação que aparecerem. Existem indícios muito fortes da participação dessas pessoas e a polícia precisa buscar provas para que o Poder Judiciário, o Ministério Público possa tomar as suas providências”, completou o secretário.


 


 


 


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