Famílias desestruturadas, violência, prostituição, risco de doenças incuráveis e morte. Essas são algumas das consequências do consumo de drogas que jovens de escolas públicas e integrantes de entidades de interesse social de Sena Madureira mostraram em seus trabalhos, inscritos no II Concurso Cultural de Combate às Drogas-Ações pela Vida, realizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio da Promotoria de Sena Madureira.
Na tarde desta quarta-feira (9), dez grupos apresentaram coreografias e peças teatrais, no auditório da escola de ensino médio Dom Júlio Mattioli. O concurso também recebeu outros trabalhos, como crônicas, poemas, histórias em quadrinhos, cartazes e músicas. A ideia é retratar e alertar para dura realidade de dependentes químicos.
“Eu quero dizer aos meus amigos que droga vicia e que, às vezes, esse é um caminho que não tem volta, pois leva à morte”, diz Orlenilson da Silva, 13 anos, estudante da escola rural Charles Santos. Na ocasião, o adolescente protagonizou a peça ‘Drogas: Dois destinos’, que retratou os conflitos familiares causados pelo uso de entorpecentes.
No decorrer da competição, os jovens se empenham em produzir algo que transmita uma mensagem de que as drogas devem ser evitadas, ainda que haja curiosidade, o incentivo dos colegas, problemas, oportunidade, entre outros fatores que favorecem o primeiro contato com substâncias entorpecentes.
Cada trabalho exige pesquisa e dedicação dos participantes. Com isso, o concurso deixa de ser apenas uma disputa, transforma-se num amplo debate sobre questões relacionadas ao tema. “Durante os ensaios, a gente sente o envolvimento deles [os alunos] para dar vida aos personagens. Isso é mais que uma aula. É uma lição que eles vão sempre lembrar”, explica o professor Antônio José da Silva.
“Todos são vencedores”, ressalta idealizadora do projeto
Durante toda a semana, os jurados irão avaliar os trabalhos e os melhores serão conhecidos e premiados no próximo dia 18. Para a Promotora de Justiça Patrícia Paula dos Santos, idealizadora do projeto, independente dos resultados, todos são vencedores. “Daqui não sairão vencedores, nem vencidos. Todos que participaram conseguiram transmitir um recado para dizer não às drogas. Nossas crianças e adolescentes fizeram trabalhos maravilhosos e difíceis para escolher”, ressalta.
A entrega da premiação será feita durante uma festa de encerramento do concurso na quadra da escola Messias Rodrigues. Todas as instituições que participam da competição vão receber camisetas do projeto e levarão suas torcidas.
Na primeira edição, participaram do concurso 12 escolas do ensino fundamental, uma do ensino médio, duas igrejas, duas associações e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Foram apresentados 44 trabalhos, divididos em quatro categorias: 20 músicas, 14 histórias em quadrinhos, nove peças teatrais e um vídeo.
