Findar o marasmo econômico que impera no Acre exigirá uma verdadeira e honesta parceria com o setor produtivo e os trabalhadores. Somente uma nova forma de governar, pactuada com o cidadão, poderá resolver problemas e amenizar os obstáculos ao desenvolvimento econômico tão desejado pelo povo acreano.
Desde 1999, engendrou-se no estado as causas da estagnação econômica e social hoje vivida. O PT, no poder há 15 anos, implantou um modelo de governo centralizado, autoritário e sufocante das iniciativas do povo. É um modelo de governo que tutela a produção e espalha ineficiência, esmaga a livre iniciativa e autonomia dos indivíduos, penaliza a todos com pesada máquina burocrática e insegurança jurídica e instrumentaliza a política fiscal para empobrecer adversários e fortalecer aliados. O modelo de governar dos petistas mergulhou ainda mais o Acre em dívidas e aprofundou a dependência de verbas federais.
A marca fantasia dos primeiros 12 anos foi a florestania, vulgo governo da floresta. As promessas eram de promover o desenvolvimento sustentável, os ideais de Chico Mendes, a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento dos produtos da floresta. Todas elas se mostraram verdadeiros engôdos. Florestania não passou de um neologismo; na prática condenou o estado ao marasmo econômico.
No fundo, o principal objetivo do discurso da florestania foi conseguir empréstimos e financiamentos internacionais, já que, na segunda metade da década de 1990, organismos internacionais adotaram condicionantes ambientais para o financiamento de projetos. O governo petista surfou na onda dos empréstimos e, hoje, o povo paga a conta.
O fracasso econômico foi tão retumbante que o próprio inventor da moda a abandonou. O PT não quer nem ouvir falar de florestania. Não é um partido capaz de assumir seus erros de forma clara. Prefere fingir, escamotear e manter-se no poder. Atualmente, o que se deu foi a mera mudança de discurso. Hoje, está se procurando outros slogans. Mas, o cidadão acreano não pode se iludir. Os atuais slogans são tão vazios quanto o primeiro.
As marcas, agora, são as ruas do povo, a cidade do povo e o pseudo incentivo à produção, sem, claro, esquecer da promessa de uma saúde pública de primeiro mundo. A operação G7 da Polícia Federal mostrou o quê de verdadeiro existe por trás dessas propagandas. A farsa da saúde de primeiro mundo é experimentada todos os dias no atendimento precário e desumano.
O uso e a preservação racional do meio ambiente depende do acesso à tecnologia e à técnica. Sabe-se que só o aumento da produtividade no campo e nos pastos pode realmente preservar áreas importantes, pois faz crescer a produção de riquezas sem precisar avançar em territórios preservados. É preciso racionalidade na preservação e o centro da política ambiental deve ser o homem.
É irreversível incorporar a preservação do meio ambiente às políticas produtivas do estado. Um conflito entre desenvolvimento e preservação é receita certa de fracasso. A nova opção deve ser por uma política econômica, industrial e agropecuária diferenciada, incorporando a preservação como um valor econômico intrínseco. Um novo governo deve ajudar os produtores a ganharem em produtividade, com uso de tecnologia e assistência técnica. Essa é a política que pode melhorar à preservação ambiental e incentivar o aumento de riquezas. Como estamos vendo, há muito por se fazer para superar os tempos de engodo, os tempos da florestania.
Márcio Bittar é Deputado Federal pelo PDDB-AC
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