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Mineiro percorre a pé a BR-364 entre a capital e Cruzeiro do Sul

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Roberto Gaz

Até o finalzinho da década de 90, percorrer a BR-364, de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, era uma grande aventura. Em alguns trechos o viajante era obrigado a recorrer a lombo de animais para vencer os obstáculos, noutros só mesmo a pé. Com a conclusão da pavimentação, sacrifícios como estes se tornaram desnecessários, apesar de ainda existirem pessoas que se arriscam neste tipo de aventura mundo a fora.


Uma dessas pessoas é o mineiro Sérgio dos Santos, de 55 anos. Apesar da boa condição financeira da família (assim ele disse de pés juntos), é nas estradas da vida que ele encontra a felicidade. Afirma que já percorreu a maioria das estradas brasileiras, e que a BR-364 já estava em seus planos há bastante tempo.


Entre uma caminhada e outra, ele pega uma carona para recarregar as baterias. ‘’A maior parte da viagem é feita a pé, mas aqui e acolá a gente pega uma carona para dá uma relaxada’’, observa. A pouca bagagem é carregada em sacos de estopa presos ao corpo. Dentro, algumas peças de roupas e uma lata de farofa para saciar a fome. A comida é mantida a base das doações que ele recebe dos moradores das cidades por onde passa.


No caso do Acre, ele foi de carona até Cruzeiro do Sul, e decidiu fazer o percurso de volta, (mas só que a pé). Era um dia de sol escaldante, por volta de 12h30min da tarde, quando uma equipe do ac24horas, o encontrou a vários quilômetros de Sena Madureira. Ele, otimista, queria era chegar em Rio Branco no máximo em três dias.


Da Capital, ele promete seguir a BR-364 até Brasiléia e de lá entrar na Bolívia. ‘’Sou um errante, sem lenço e sem documento, não tenho destino certo’’, declarou. Segundo ele, o pai é empreiteiro e ele deixou mulher e filhos em Minas Gerais, mas sua vida só tem sentido nas estradas.



O vendedor moto-rede ambulante


Outro desbravador das estradas da vida é o vendedor moto-   ambulante João Paulo, Gaúcho de 29 anos. No Acre há pouco mais de um ano, ele tira o sustento de sua família com as vendas redes.


Esse é mais esperto, suas vendas são feitas por ramais a fora. Com um amontoado de redes em todos os cantos de sua motocicleta , ele desfila orgulhosamente pelas ruas e estradas do Estado.


Embora admita ser uma vida de sacrifício, ele se diz feliz. ‘’Dá prá fazer uma renda mensal de R$ 800,00. É com esse dinheiro que eu vivo e ajudo a minha filha lá em Rondônia’’, conta.


Apesar de chamar muita atenção, ele afirma que nunca foi assaltado e que já é conhecido de parte dos moradores dos ramais do Estado. Atualmente ele mora em Rio Branco, mas foi encontrado por ac24horas fazendo suas vendas no município de Bujari, distante 25km de Rio Branco.


 


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Roberto Gaz

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