O jornalista de Rondônia, Xico Nery, publicou um artigo hoje (09) no jornal eletrônico News Rondônia onde classifica as atividades da Comissão de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara Federal que trouxe a CPI da Pedofilia no Acre e Amazonas como “pequeno baque em opressores já conhecidos”.
Nery disse que a comissão avançou um pouco no seu propósito de investigar práticas de pedófilos e sugerir que os estados ofereçam politicas públicas para enfrentar o problema.
O jornalista criticou o cerceamento da imprensa durante os depoimentos colhidos pelas membras da Comissão.
No artigo ele também cita o deputado Astério Moreira (PEN) por ter denunciado atitudes de deputados federais, por proibido os jornalistas de cobrir o evento da segunda-feira (07).
Ele fala que o “fim da impunidade é nada mais que um sonho” e que “algumas CPIs são criadas para investigar nada, se queixam fontes anônimas”.
Leia na íntegra:
Rio Branco, Acre – Com atividades discutíveis em todo o país, a Comissão de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara Federal, presidida pela deputada Érika Kokai [PT-DF], avançou pouco nas investigações sobre a prática de crimes de pedofilia para o qual fim a fora destinada.
Mídia no fundo do Carcere – Em Rio Branco, a Comissão impediu o acesso da imprensa aos depoimentos na sessão da Assembleia Legislativa acreana. E o pior é que, ‘pouco divulgou sobre o trabalho em cima das propostas de erradicação dos crimes envolvendo figurões da sociedade, atendo-se, exclusivamente, a oitivas já programadas’, queixaram-se experientes jornalistas.
A imprensa também não teve acesso às oitivas que seriam tomadas pela Comissão. Por conta, a deputada federal Antônia Lúcia Câmara [PSC], ameaçou denunciou a colega Érika Kokai à Comissão de Constituição de Justiça sob a alegação de que, ‘antes dos trabalhos aqui, tenha tido uma conversa com autoridades do estado’. A hipótese foi descartada pela parlamentar na manhã de terça (08).
A comissão tem a função de acompanhar os desdobramentos da Operação Delivery em todo país” (Antônia Lúcia Câmara, deputada federal).
Antônia Lucia é Vice-Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Segundo ela, ‘a Comissão tem a função de acompanhar os desdobramentos da Operação Delivery em todo País’. Contudo, nenhum membro da Comissão presidida por Érika Kokai publicou os resultados da Delivery, resignando-se aos casos apurados por órgãos do Governo e já de conhecimento público.
“O parlamentar afirmou, no entanto, que a ‘a Mesa Diretora da Ale-Acre não pode fazer nada diante dos fatos’. E justificou: o prédio foi cedido para os trabalhos da Comissão. (Astério Moreira, deputado estadual do PEN).
Sobre o episódio, o deputado estadual Astério Moreira [PEN-Rio Branco] – que é jornalista – denunciou atitude dos deputados federais, de uma forma discricionária, cercearam o trabalho dos profissionais da imprensa’.
Triste Histórico – Kokai se disse preocupada com a situação acreana e, especialmente, nas regiões de fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru. Segundo a parlamentar, ‘são meninos e meninas, em situação de vulnerabilidade social e pessoal, filhos de famílias pobres ou, extremamente pobres, que não são ouvidos em sua fala pelos governos e entidades fiscalizadoras’.
A presidente da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, deputada Érika Kokai, durante todo o tempo se limitou a afirmar que, ‘a comissão vai traçar um diagnóstico dos crimes que envolvem exploração de menores no Acre’. Uma segunda linha, ela disse, ‘é averiguação, com acompanhamento, das políticas públicas praticadas pelo Governo no combate a esse tipo de crime’.
A parlamentar, contudo, revelou a este site de notícias que, ‘há indícios de que uma rede de exploração de menores acreanos ligada a uma segunda rede no Amazonas’. E atestou que, ‘a Operação Delivery indica para esta direção. E que a Comissão veio saber sobre que ‘tipo de atendimento é dado às vítimas e sobre as punições aplicadas aos opressores’, reiterou a petista, a fim de botar fim potenciais níveis de impunidade.
Na falta de políticas públicas efetivas, afirmou, ‘as crianças não são escutadas e findam pisoteadas’, pela ausência do Estado nos mais inacessíveis grotões do País. – Na Amazônia, deputada, as fronteiras continuam abertas; nem mesmo as Forças Armadas conseguem agir em tempo real, em uma nenhuma situação’, foi instada por um repórter com atuação nas fronteiras do Acre, Rondônia, Roraima e Amazona.
Fim da Impunidade, nada mais que um sonho – Apesar da Relatora da Comissão que foi ao Acre, deputada federal Lilian Sá [PT-RJ], afirmar que ‘o principal gargalo na exploração de menores é o combate a impunidade’, para analistas consultados, ‘parece que ninguém teme nada neste País’, principalmente as investigações feitas pela Câmara Federal e pelo Senado.
A maioria é de pensamento que, ‘os índices de impunidade no Brasil deveria uma atribuição apenas da Justiça Federal, com apoio da Polícia Federal, Ministério Público Federal e que as Forças Armadas atuassem na retaguarda das investigações’. No lado civil, as investigações não têm alcançado os figurões da República, muitos dos quais, sob o manto do próprio Congresso e dos governos nos estados’.
Presos apenas arraias-miúdas – No Amazonas e Acre, como no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e no nordeste brasileiro, as CPIs emanadas do Congresso Brasileiro, até agora, não botou na cadeia nenhum dos figurões acusados de crimes contra pedofilia, nem por tráfico de pessoas. O histórico é o mesmo nos Estados, onde, apenas os opressores menos afortunados são pegos a laço e metidos nas cadeias públicas.
– Algumas CPIs são criadas para investigar nada, se queixam fontes anônimas.
Enquanto isso, nos calçadões de Copacabana, no Ibirapuera e em balneários do Nordeste e de Camburiú [Santa Catarina], a prostituição infantil e juvenil, respectivamente, ‘não é combatida totalmente em nome do turismo e dos investimentos em dólares gastos por estrangeiros e nacionais’, denuncia a acadêmica do Serviço Social, Francisca Souza da Silva, 52, inconformada com a leniência das autoridades brasileiras.
Xico Nery é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, TV, Repórter Fotográfico e CONTATO de Agências de Notícias nas Amazônias, Países Andinos e Bolivarianos.
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