As principais lideranças de partidos de oposição no Acre foram literalmente unidas pela boca. Um café da manhã realizado pelo deputado federal Gladson Cameli (PP) colocou os postulantes ao governo do Acre e ao Senado na mesma mesa pela primeira vez, desde que iniciou o debate sobre as eleições 2014.
Os pré-candidatos ao governo do Acre, Vagner Sales (PMDB), Márcio Bittar (PSDB), Sérgio Petecão (PSD) e Tião Bocalom (DEM) falaram dos desafios da disputa eleitoral do próximo ano, e não descartaram a possibilidade de haver uma negociação para unir os partidos de oposição no mesmo palanque.
Ao menos em um quesito, todos os líderes de oposição já se afinaram. Eles não pouparam criticas as administrações petistas do Acre. Os pedidos sucessivos de empréstimos, os problemas na saúde pública, educação, as suspeitas de corrupção na Operação G-7 e a falta de segurança pública foram os alvos.
Bem humorado, o peemedebista Vagner Sales se colocou como governador eleito e destacou a atuação parlamentar de Gladson Cameli. “O nosso deputado está apenas começando sua carreira brilhante na política. Ele será meu sucessor, quando eu sair do governo do Acre em 2018”, declara.
O clima festivo pelos 109 anos de Cruzeiro do Sul reservou várias surpresas. O senador Petecão, que chegou a afirmar que não abriria mão de ser candidato, elogiou o papel de Gladson Cameli, em fazer a primeira reunião com os líderes de oposição e não descartou que possa haver uma negociação de unidade.
“O Gladson é o político que mais gosto. É um menino responsável que tem um futuro grande na política. Se a oposição precisa de um líder, este jovem deputado pode ocupar este papel. Temos pontos de vista diferentes sobre o número de candidatos ao governo, mas nada impede o entendimento”, diz Petecão.
O pré-candidato Márcio Bittar afirmou que sempre lutou pela unidade das oposições. “O que estamos fazendo é respeitar a vontade de cada um. Se depender de minha vontade e disposição, a fotografia do palanque no ano que vem será está”, disse Bittar ao lado dos líderes das legendas oposicionistas.
O presidente do DEM, Tião Bocalom também demonstrou disposição em estabelecer uma linha de diálogo. “Este encontro foi organizado por uma pessoa que tem uma visão ampla de política. Gladson está assumindo uma posição importante neste debate. Podemos sim, caminhar juntos”, enfatizou.
O deputado federal Flaviano Melo (PMDB) demonstrou satisfação ao vislumbrar um possível entendimento do bloco de oposição. “A política tem esta capacidade de unir diferentes posicionamentos em torno de um objetivo. O debate contribui para a formação de um consenso que poderá ser vitorioso”.
O anfitrião do encontro inusitado disse que “muitos falam do lado de lá, que a oposição não toma um café junta, mas este é um exemplo de que ele estão enganados. Eles que se cuidem, porque as oposições poderão marchar unidas e devolver a liberdade que o povo do Acre tanto anseia”, destaca Gladson Cameli.
O encontro regado com um farto café da manhã regional serviu para unir antigos desafetos no âmbito da política estadual e municipal. Bittar, Petecão e Bocalom trocaram abraços e apertos de mãos. Os oposicionistas demonstraram que os acordos políticos pode ser melhor costurados de barriga cheia.
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