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CRÔNICA – A domesticação da vida em barbárie

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Roberto Vaz

Eu e mais um monte de pessoas ficaram aterrorizados com os últimos acontecimentos em Rio Branco. Uma leva de mortes, assaltos e outras agressões estão dando um novo visual à capital que até pouco tempo não processava essas coisas na máquina da sua rotina.


Diante do quadro cruel que se apresenta, assistimos a um show de declarações oportunistas, indecorosas, banais e tolas. Tudo para reduzir o tema à questão política um problema que se eleva muito além da incompetência estatal.


Não usem a violência como forma de se autopromover. Não é hora de fazer política. Vocês também não têm a solução. O modelo social brasileiro, as leis frouxas, um Código Penal defasado, uma justiça lerda, a acomodação das pessoas e a relutância de viver de forma honesta são variantes que não se solucionam com palavras e promessas bonitas.


Não escondam também essa nova Rio Branco com números, gráficos e outros enganos que mentem ao dizer maravilhas e criarem o mito da segurança. Os familiares e amigos das vítimas não choram dados e estatísticas, choram pessoas, tiradas barbaramente.


 Tenhamos certeza de que polícia nenhuma do mundo resolve essa violência social que não se pauta apenas em razões de exclusão e pobreza, a Bolívia, Peru e Equador, por exemplo, não são mais ricos que nós.


Nossa sociedade reverteu a lógica do bom convívio, do respeito e da tolerância. Nossa cultura deformada, mesclada com o que há de mais terrível no mundo atual produz uma relação humana fria de um povo que valoriza o esperto e o sabichão; e afrescalha quem se conduz com educação e cordialidade.


Não excluo a falta de oportunidade como um dos grandes caminhos que levam ao crime. Mas se todos os excluídos seguissem essa máxima, já estaríamos destruídos. Há algo além! Há de ter algo além!


O que fica claro é que a malandragem virou valor positivo nos jovens, vende discos e servem de argumentação para justificar os meios nojentos de se portar. É mais legal, tá na moda é dez não estudar, não ir à escola, e quando for não aprender porra nenhuma.


O mundo não é fácil para todos! Dispensados dos caminhos que realizam os sonhos, desprovidos das ferramentas para lutar nessa sociedade desigual e cheia de desafios, muitos buscam a ilusória rota da delinquência.


Forma-se o bandido, formamos o malfeitor, ele se forma também: somos na verdade duas mãos, dois culpados. Catalogando os desastres, armando-se e fingindo se proteger em grades, tememos o outro. Queremos distância, proteção.


Ninguém quer por o peso sobre os ombros. Não sabemos o que fazer. Não temos experiência com a reflexão pessoal. Essa é a nossa cidade! Friedrich Nietzsche disse certa vez que é pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado.


Estamos domesticando a barbárie! Lamento profundamente!


 


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Roberto Vaz

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