O histórico escolar e a ficha criminal do estudante Jeferson de Araújo Silva, 18 anos, que morreu na última quinta-feira, ao tentar cometer um assalto – VEJA VÍDEO – , na loja City Lar, no 2º Distrito de Rio Branco, são característicos de um jovem com iniciação no mundo crime.
Jaferson ou “Jack” como era conhecido, usava um uniforme da escola Diogo Feijó durante o assalto. Mas o fardamento, na verdade, seria apenas uma estratégia usada por ele para afastar suspeitas sobre a sua pessoa para poder cometer o crime.
A reportagem teve acesso ao histórico escolar do jovem. Segundo o histórico, Jeferson se matriculou pela primeira vez na unidade no ano 2009. Ele havia estudado parte do Ensino Fundamental na escola João Mariano, no bairro Taquari. Na época ele tinha 15 anos e sua mãe, dona Lucinete Silva de Araújo, o matriculou na 8ª série, hoje 9º ano. Naquele ano, na 8ª C, ele ficou reprovado. As notas de Jeferson eram sempre em média 4,0. No ano seguinte, em 2010, o aluno número 20 da caderneta de chamada da 8ªTurma F, chegou a frequentar algumas aulas, mas depois desistiu.
No começo de 2013, Jeferson voltou a Escola Padre Diogo Feijó, mas a única vez em que ele pisou no estabelecimento foi no dia de sua matrícula, em 04 de fevereiro. Jeferson se matriculou no 1º módulo do EJA (Educação de Jovens e Adultos) para estudar no turno da noite. Depois disso, nunca mais ele apareceu na escola e é tido como desistente, informa seu histórico escolar
“Ele não era mais aluno. Era um ex-aluno. Matriculou esse ano, mas não tinha mais vínculo”, disse o diretor da unidade, Francisco das Chagas Lira.
A desistência das aulas pode estar associada ao uso de drogas e seu prematuro ingresso no mundo do crime.
Quando menor de idade, Jeferson teve várias passagens pela Pousada do Menor e aos 18 anos já tinha em sua ficha policial crimes como furto qualificado, roubo, prática de violência domestica e porte de droga para consumo.
“Jack” residia no bairro Taquari, na Rua do Passeio. Sua mãe, Lucinete Silva de Araújo, segundo pessoas próximas, chegou a se mudar para o bairro Esperança para tentar salvá-lo da influência do mundo do crime no bairro onde morava.
“Ele era da correria. Tinha umas passagens pela Pousada e sempre fazia o 157 (linguagem usada no meio policial e no mundo do crime para distinguir os assaltantes a mão armada. Número do artigo referente ao assalto). Era moleque da correria, que fazia uns roubos para curtir entendeu”, diz um amigo, que pede para não ter seu nome revelado.
Porém, a “correria” de “Jack” terminou na última quinta-feira, quando ele armado entrou na loja City Lar, na Via Chico Mendes, e ao tentar promover um assalto trocou tiros com o sargento Cleiton Aquino, do 4º Batalhão da PM, que estava à paisana no local. Na troca de tiros, o assaltante morreu na hora e o policial faleceu horas mais tarde na UTI do Pronto Socorro, depois de não resistir a uma cirurgia no abdômen, local onde foi atingido durante a tentativa de assalto.
A reportagem não consegui confirmar a informação de que Jack era filho de um policial militar que chegou a trabalhar com o sargento morto.
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