Luciano Tavares – da redação de ac24horas
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A pequena cidade de Porto Walter, na região do Juruá, a 740 km da capital Rio Branco, virou praticamente uma terra sem lei por causa da ausência da segurança pública. Segundo o prefeito do Município, Zezinho Barbary, a delegacia de Polícia Civil está fechada há vários dias e, além disso, não há policiais civis para atender as ocorrências.
Zezinho Barbary conta que durante o final de semana, vândalos responsáveis pela danificação de lixeiras do Município foram detidos pela Polícia Militar, mas tiveram que ser soltos porque a delegacia estava trancada com um cadeado.
Em outro caso, a viatura da PM foi totalmente quebrada por um preso, mas os policiais tiveram que soltá-lo. Também pela falta do serviço da Polícia Civil.
“Para você ter uma idéia a delegacia está com um cadeado e uma fechadura na porta. A gente procura os policiais para registrar ocorrência aqui, mas não acha. Durante o fim de semana teve uns marginais aqui que derrubaram as caixas de lixo na beira do rio e a gente procurou um policial para registrar ocorrência e não achou. Os policiais militares, eles prendem os marginais, mas quando chegam à delegacia são obrigados a soltarem esses indivíduos, porque não tem lugar, não tem cadeia para prender esses indivíduos. Para você ter uma idéia, no domingo, a Polícia Militar chegou a prender um individuo desse, ele chegou a quebrar toda a viatura da polícia. A Polícia ainda teve que soltar esse cidadão porque não tem delegacia aberta pra prender. A segurança aqui ta um caos!”, desabafa Barbary.
Secretário de Polícia Civil, Emilson Farias, nega fechamento de delegacia
Procurado pela reportagem de ac24horas, secretário de Polícia Civil, Emilson Farias, negou que a delegacia esteja fechada. Ele reconhece, porém, o pouco efetivo e promete até o final desta semana um escrivão para o município.
“Primeiro, pelo que me consta, a delegacia não está fechada. Nós temos um efetivo lá extremamente reduzido. Isso é fato e não é um delegado que responde. Rodrigues Alves, Taumaturgo e Porto Walter, o delgado de forma ordinária, planejada, ele vai duas vezes por mês a Porto Walter e a Taumaturgo. Nós temos dois policiais, o Zé Maria, que está de licença, que vai se aposentar. E o outro é o Joaquim. Está indo pra lá um escrivão de polícia até o final dessa semana, que é pra compor no lugar do Zé Maria. Ele vai confeccionar os procedimentos em apoio ao delegado. E é bom que se diga que Porto Walter não é sede de comarca. Também nós não temos juízes, nem promotor. Então todo procedimento é deslocado pra Cruzeiro do Sul”, explica.
Emilson Farias anunciou ainda que o governo do Acre vai contratar seis agentes policiais para Porto Walter através de um concurso público que está em andamento no setor. Ele só não soube informar a data.