Ray Melo, da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com
A intervenção que colocou o ex-prefeito de Acrelândia, Tião Bocalom na presidência do Democratas (DEM) continua repercutindo nos bastidores políticos. As declarações do ex-presidente do partido, João Marcos Luz, que Bocalom o teria apunhalado pelas costas suscitou o contra-ataque de dirigentes nacionais da legenda, que acusam Luz de trocar apoio a pré-candidatura tucana por cargo no gabinete de Márcio Bittar (PSDB).
O membro da executiva nacional do Democratas, Thiago Fernandes entrou em contato com a reportagem de ac24horas para informar que o ex-prefeito de Acrelândia, Tião Bocalom não seria o responsável pela intervenção no DEM. Fernandes afirma que o presidente nacional do partido, Agripino Maia foi o autor da intervenção que destituiu João Marcos Luz, da presidência da executiva regional do Acre.
“Foi uma conversa de convite. Nunca, Bocalom veio aqui e disse que queria ser candidato ao governo e pediu o partido. A intervenção só ocorreu porque João Marcos queria impor que Bocalom teria que ser candidato a deputado federal”, enfatiza Thiago Fernandes. O dirigente acrescenta ainda que João Marcos Luz teria informado a executiva nacional do DEM, que teria interesse no ingresso do dissidente tucano no partido.
Thiago Fernandes disse que estaria falando em nome de Agripino Maia. Ele enfatiza que “há inverdades na questão da ida de Bocalom para DEM. O João Marcos sempre elogiou o Bolocam para o presidente Agripino. Numa das vezes, ele estava presente. Não só o DEM, mas todos os partidos querem aumentar sua participação política no Acre foi o que levou o senador Agripino a chamar Bocalom para conversar”, acrescenta.
O dirigente partidário acreditava que a ida de Tião Bocalom para o DEM não criaria problemas com o ex-presidente João Marcos. Outro motivo levantado por Thiago Fernandes, para a intervenção no Democratas do Acre teria sido a declaração de apoio de Luz a candidatura de Márcio Bittar ao Governo do Acre. “Não é uma candidatura que tem antipatia do DEM, mas é muito cedo para fechar questão. Não seria conveniente”.
“Fiquei preocupado com a entrevista de João Marcos. Ele falou que Bocalom poderia ir para o DEM, mas para ser candidato a deputado federal. Como que uma pessoa que é chamada pelo líder maior do partido tem que enfrentar imposições? Verificamos ainda que João Marcos está nomeado pelo gabinete de Márcio Bittar, como assessor parlamentar. Não é uma estrutura do Democratas e isso de certa forma nos preocupou”, afirma Thiago Fernandes
O representante do senador Agripino Maia desmentiu que o secretário geral da executiva nacional, Onyx Lorenzoni teria garantido que o partido não mudaria de direção. “Não procede nenhuma garantia do deputado Onyx. Fui ao Acre e falei com os líderes municipais de Feijó, Tarauacá e de Cruzeiro do Sul. A orientação era fechar apoio ao Márcio Bittar. A unidade tem que ser em torno de um projeto, não de um nome”.
Segundo o membro da executiva nacional do DEM, o ex-presidente João Marcos teria antecipado o apoio do partido ao candidato tucano, antes mesmo de debater com os demais candidatos. “Esta discussão tem que ficar para março de 2014. O DEM acredita que tem que ter um projeto de um novo Acre. Bittar tem todas as credenciais, mas Petecão tem, Bocalom tem. Não se pode limitar o debate por qualquer tipo de interesse”.
Intervenção no DEM
“O próprio partido emitiu o bilhete área de Tião Bocalom. Até este momento não teria se cogitado intervenção, mas não tem lógica um partido não querer uma pessoa que tem 49% dos votos de um Estado. João Marcos bateu o pé e disse que não aceitaria. Agripino falou que não queria que João Marcos saísse do DEM, mas diante desta postura foi inevitável a intervenção”, esclareceu Thiago Fernandes.
O porta voz de Agripino Maia relata que não houve nenhum esforço de Boalom para tomar o partido. “O que houve foi um esforço do partido para que ele viesse. A última conversa aconteceu com os principais líderes do Democratas, os senadores Agripino Maia, Wilder Morais e o deputado Onyx Lorenzoni. A saída de João Marcos, do partido não era uma exigência de Tião Bocalom”.
Candidatura de Bocalom
Thiago Fernandes não esconde o interesse da executiva nacional do DEM lançar uma candidatura ao Governo do Acre. “Se o partido tiver a possibilidade, ele disputará o governo, mas a conjuntura do momento é quem vai definir. Não podemos fechar a porta de que Bocalom não será candidato ao governo. A única coisa que não queremos é uma decisão antecipada. Ele terá todo o apoio do partido, além de ter tudo para as coisas serem bem encaminhadas com Márcio Bittar e Sérgio Petecão”.
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