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Difusora Acreana comemora 69 anos e pode se transformar em rádio FM em 2014

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Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares.acre@gmail.com


“Está no ar, pela primeira vez, a título de experiência, a Rádio Difusora Acreana. Aproveito o ensejo para enviar, desse território, a minha saudação, desejando que este melhoramento seja sobremodo proveitoso ao desenvolvimento intelectual e ao progresso desta abençoada terra”. Era sete de agosto de 1944, quando ecoava pelas cidades, colônias e seringais, o pronunciamento do então governador Silvestre Coelho, pelo microfone da ZYD-9, Rádio Difusora Acreana.



Na década de 1940, era possível ouvir, através da Rádio Difusora, o pronunciamento do líder da bancada acreana, na Câmara Federal, na época situada no Rio de Janeiro, trazendo informações sobre o que se estava fazendo em prol do Acre.


Nos anos de 1950, grandes eventos tomaram conta do palco do rádio acreano. Em um dos eventos, desembarcou em Rio Branco a grande estrela das rádios Nacional e Tupi, Dircinha Batista, cantora e atriz. Ela fez uma bela apresentação nos microfones da Difusora, acompanhada de Zé Coió, popular animador da Rádio Baré de Manaus.


Já a década de 1960 foi marcada com o surgimento da maior inovação do rádio para o período. A construção do auditório da emissora. O auditório foi inaugurado no dia cinco de março de 1960. Isto marcou o início de uma nova fase dos trabalhos da Difusora, ainda mais aberta e próxima de seu público. Como o presente nem sempre revela o sucesso do futuro, curiosamente, esse auditório revelou grandes baluartes do rádio acreano, dentre eles, uma voz feminina, a de Nilda Dantas, que ainda adolescente freqüentava o auditório da Difusora, nas tardes de domingo.


Um dos carros chefe da emissora, o radiojornalismo se efetivava na década de 1970. Notícias como da morte de 28 pessoas, dentre elas o bispo Dom Giocondo Maria Grotti, na queda do avião DC-3, ocorrido em Sena Madureira, eram levadas com precisão ao público. Na época, o jornalismo era comandado por grandes profissionais como: Índio do Brasil, criador do Slogan “A Voz das Selvas”, Garibald Brasil e Natal de Brito.


Nos anos de 1980, apesar da crise profunda, pelo quase abandono por parte do poder público, a rádio executava seu papel supremo, o de correio ou telefone do homem do campo. O “Correspondente Difusora”, também conhecido como o programa de mensagens, registrava a irradiação de mais de 300 mensagens e 200 melodias por dia.


Vivendo momento totalmente diferente, devido ao advento das novas tecnologias, como a internet, que tal qual o rádio possui a eficiência na transmissão de conteúdos, a Voz das Selvas em seus 69 anos vem tentando uma nova roupagem, na busca de atrair ouvintes, apesar das carências de equipamentos.


Os funcionários da emissora, especialmente, os tradicionais é quem fazem sua história. É o caso do jornalista Ilson Nacimento, o Maninha. Ele é conhecido pela dedicação que possui.


Ilson Maninha chega à rádio todos os dias, de segunda a sexta-feira, às 5h, para dirigir o Jornal Difusora, e só sai às 18h.


“É uma parte da minha vida com certeza. Eu passeio em casa e moro na rádio Difusora. Sem falar nesse contato direto com o povo da floresta. A Difusora é sem dúvidas esse telefone do homem da floresta”, diz o jornalista.


Conhecida como a rainha do rádio, a jornalista e radialista Nilda Dantas também tem história na emissora. Atualmente ela apresenta o programa Espaço do Povo, que vai ao ar das 8h às 10h, diariamente.


Mas até conquistar o respeito profissional, Nilda lembra que começou como noticiarista na Difusora, em 1971, ao lado de Campos Pereira e Natal de Brito, nomes eternizados no rádio acreano. Ela resume seu sentimento pela emissora como parte de sua vida. “A Difusora é a outra metade da minha vida. Pretendo ficar aqui até me expulsarem”, diz Nilda Dantas.


Para comemorar os 69 anos da Difusora, a semana foi de festa na emissora com entrevistas de antigos funcionários. A homenagem se encerrou na manhã desta segunda-feira, com um café da manhã.


Difusora deve virar rádio FM


Uma proposta do Ministério das Comunicações de transformar as rádios AM em FM vai atingir a rádio Difusora Acreana. A expectativa é de que a Voz das Selvas opere em Frequencia Modulada já no ano que vem. Mas para converter AM em FM, o governo do Acre terá que investir em novos equipamentos, transmissores de longo alcance. A informação foi confirmada recentemente pelo governador do Acre, Sebastião Viana.


A saída encontrada pelo Ministério das Comunicações tem por objetivo diminuir os gastos com as rádios estatais AM, que no Brasil beiram a falência.


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