– Você tem um cigarro? Tenho frio e medo.
– Sim, sim! Aqui está! Você imagina que conseguiremos deter o avanço das tropas nazista na Bélgica?
– Ninguém deterá a suástica em lugar nenhum! São fortes e poderosos. Golpeiam em nossas mais profundas fraquezas.
– Acredito em nós! Somos capazes de conter essa barbárie estúpida que assola toda Europa inteligente.
– E vocês são franceses! Pessimistas ao extremo. Têm no desânimo as cores da vossa bandeira.
– Não vamos começar essa briga boba… há milênios não chegamos a lugar nenhum com isso. Aqui somos soldados em prol de uma mesma causa. Amanhã, se nada ocorrer fora do planejado, morremos de frio, fome ou…
– Ou?
– Artilharia… chumbo… sentir o corpo ardendo… um encontro que não marcamos com a morte.
– Como pode dizer assim tão incisivamente? Você só conhece o inimigo pelos livros. Pode a fera nem ter todos esses dentes. Vamos esperar…fume seu cigarro, pois a noite é longa… de manhã, saberão de nossa bravura.
– Deixe-me com os meus ares e fumaças! Saiba que vivi na Alemanha. Acompanhei de perto o nascimento dessa novidade que se fundamenta nas coisas mais antigas do ser humano: o desespero.
Cresceu, porque o alemão estava pequeno em seu orgulho, mendigava o que sempre desprezou. Ao raiar um novo tempo, se apegaram como o musgo às pedras nuas do riacho.
– Você o viu alguma vez? Entendia a doutrina desse monstro mentiroso?
– Você é judeu?
– Não… por que?
– Nada…apenas perguntei. A Alemanha está dividida profundamente. Para alguns ele é um demônio… para outros, um Cristo.
– E o que pensa dele?
– Bem, todo estadista mente! É da natureza dos chefes mentir deslavadamente. O povo gosta disso…precisa disso. Não apoia quem não mente, pois diz pra si mesmo que mentiria também.
Hoje o alemão come e vai à praça com seu violino recitar os mestres musicais… isso para eles é tudo… e não estão dispostos a perder mais uma vez essas conquistas.
Hitler expõe a união de seu povo, mas guarda na sua mão todos os seus ex-inimigos. Deu poder e mansões para os que lhe tentavam destruir. Hoje, frequentam as mesmas festas, e cantam todos pela Alemanha.
Já vi, uma vez um alemão chorar amargamente, só porque não conseguiu pegar na mão do ditador que se exibia para crianças de uma escola de Berlin.
Cheguei perto dele e disse que haveria outros eventos, mas ele me disse que sua filha estava de férias na cidade, e gostaria de ver esse ato nobre e heroico do amado pai. Disse-me que não jantaria mais com a família, pois sua vergonha era um enorme mar.
Acho Hitler um grande idiota, pois tem e ocupa um lugar que eu queria. Não sei seus métodos de dominação, mas acredito que dá a cada um o que precisa sonhar. A política é um pai machista! Ele é filho de sua época. A Alemanha prosperará… com ele, ou sem ele.
– Seu maior erro é achar que durará eternamente. Quer outro cigarro?
– Por que?
– Desisti deles… quero morrer com o peito limpo. O cristo nazista não irá ressucitar!
Por Francisco Rodrigues Pedrosa f-r-p@bol.com.br
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