O cantor e compositor Diogo Soares, vocalista da banda acreana Los Porongas, usou a sua página no facebook neste final de semana para relatar uma suposta ação abusiva de três policiais militares que na festa “Aldeia Sideral”, realizada na Chácara Modelo, desligaram o som do palco e , ao serem questionados, prenderam uma pessoa não indentificada.
De acordo com Diogo, “Mesmo sem som, encerramos o show e nos despedimos, o clima era pacífico. Acontece que alguém resolveu fazer perguntar para os policiais, que se sentiram ofendidos, declararam desacato e efetuaram uma prisão bruta e desnecessária, com direito a algemas e mobilização numa festa onde o clima era da mais plena paz”, disse.
“Em nenhum momento ninguém da equipe da polícia respondeu três perguntas que eu fiz desesperadamente: por que ele está sendo levado? pra onde estava sendo levado? e quem é o responsável pela operação. Todos estavam sem identificação. Quantos absurdos como esses acontecem todos os dias?”, disse o cantor em seu desabafo nas redes sociais.
Leia na integra o desbafo do cantor:
NINGUÉM JAMAIS IRÁ NOS IMPEDIR DE CANTAR, DE BATER PALMAS E DE DIZER O QUE REALMENTE PENSAMOS!
Ainda estou tentando digerir a noite de ontem. A festa Aldeia Sideral reuniu muitas pessoas numa propriedade particular distante da cidade para ver três shows de artistas autorais. Rodolfo Minaricomeçou a noite e logo depois o Mapinguari Blues fez um show incandescente. Entrei no palco acompanhado do Saulinho, Paulo Nobre e Junior Saady e fizemos quase uma hora de show. Na última música, uma equipe da Policia Militar do Estado do Acre chegou na Chácara Modelo e proporcionou um espetáculo de abuso de poder. Desligaram os equipamentos de som enquanto eu insinuava começar a cantar come together, o público seguiu cantando e batendo palmas. Mesmo sem som, encerramos o show e nos despedimos, o clima era pacífico. Acontece que alguém resolveu fazer perguntar para os policiais, que se sentiram ofendidos, declararam desacato e efetuaram uma prisão bruta e desnecessária, com direito a algemas e mobilização numa festa onde o clima era da mais plena paz. Em nenhum momento ninguém da equipe da polícia respondeu três perguntas que eu fiz desesperadamente: por que ele está sendo levado? pra onde estava sendo levado? e quem é o responsável pela operação. Todos estavam sem identificação. Quantos absurdos como esses acontecem todos os dias? Até quando vamos ficar calados, isolados, conformados com o que está errado? Depois da última onda de protestos que tomaram as ruas, as pessoas voltaram às suas casas e o silêncio quase absoluto que reina no Acre voltou a dar o tom da paisagem. Enquanto a polícia age assim? De que adianta uma linda bandeira tremulando no segundo distrito se a polícia que guarda essa mesma bandeira, que deveria nos proteger age desrespeitando a Constituição, tolhindo a liberdade, infringindo direitos. Força desnecessária, despreparo. Estamos numa ditadura velada? Esse é o Estado que está nos protegendo? Esse é o resultado dos cursos caríssimos de aperfeiçoamento que a Polícia Militar do Acre faz? O show de ontem não acabou até agora e nem vai acabar. A cidade vai dar a resposta com música e poesia. Ninguém jamais poderá nos impedir de cantar e bater palmas!
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