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Homicídio no centro de Rio Branco traz à tona a fragilidade da segurança do Fórum Barão do Rio Branco

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Ray Melo, da editoria de política do ac24horas

Gleydison Meireles – da redação de ac24horas
ggreyck@gmail.com


As declarações do encanador, Leandro Lima do Nascimento, 21, autor dos disparos que mataram Keitson Nascimento Picolo, na manhã desta terça-feira (9), na Rua Floriano Peixoto, região central de Rio Branco trouxe a tona a falta de segurança nos prédios públicos da capital, principalmente no Fórum Barão do Rio Branco, onde o autor do homicídio ficou por algumas horas no local armado com um revolver e um punhal sem ser importunado pela segurança judiciária.


Na delegacia, Leandro Lima afirmou que planejou a execução do desafeto e que teria acompanhado a vítima durante uma audiência no Fórum Barão do Rio Branco. De acordo com as declarações do acusado, ele entrou no Fórum Barão do Rio Branco armado com um revolver calibre 38 e um punhal, com a clara intenção de executar Keitson Picolo


A vítima era pai de uma menina de seis anos, a qual Leandro Lima criava desde os seis meses de idade. Anos depois Keitson Picolo apareceu e reclamou a guarda da menina, fato que deixou o padrasto revoltado.


Apesar de o crime ter ocorrido há alguns metros do Fórum o homicídio acendeu o sinal de alerta do Judiciário acreano. O Diretor interino do Fórum, Juiz Junior Alberto Ribeiro, reconheceu a fragilidade da segurança do local e afirmou que medidas urgentes de segurança tem que ser adotadas.


De acordo com o magistrado, o problema é antigo e de conhecimento da presidência do Tribunal de Justiça, a necessidade de medidas emergenciais para a segurança do Fórum.


“A falta de segurança no Fórum é evidente e isso é um ponto que vem sendo discutido, questionado pelos magistrados há algum tempo, pois é um problema antigo. O problema é de conhecimento da presidência do Tribunal de Justiça, que creio, que depois desse episódio adote providencias”, disse o magistrado.  


Ainda segundo o Juiz, se fez necessário uma medida para controlar o fluxo de pessoas que acessam o tribunal diariamente, sendo que já foram registradas outras ocorrências de menor vulto nas dependências do Fórum.


“Centenas de pessoas passam pelo Fórum diariamente e já registramos algumas ocorrências de menor vulto, mas não menos preocupantes como esta que ocorreu hoje de manhã. Já registramos ocorrências de ameaças e até de vias de fato, onde uma pessoa agrediu a outra com um capacete, isso nos deixa preocupado, se o autor do homicídio decide efetuar os disparos dentro do Fórum, poderíamos ter outras pessoas como vítimas”, destacou Junior Alberto.


Procurada a presidência do Tribunal de Justiça (TJ) se pronunciou através de sua assessoria de comunicação. Por e-mail, a assessoria de comunicação do TJ tentou esclarecer alguns pontos, sobre a morte após uma audiência ocorrida na Vara de Família, e a fragilidade da segurança no Fórum Barão do Rio Branco.


No e-mail, o Tribunal de Justiça garante que o Poder Judiciário tem uma assessoria militar que cuida da segurança de todos os prédios ligados ao Judiciário e que em todos os espaços há um trabalho constante de vigilância com a presença dos Policiais Militares e agentes de segurança para garantir a integridade física dos frequentadores.


A nota traz ainda que nos Fóruns Criminais e no Tribunal do Júri, o trabalho realizado pela segurança é rigoroso. Além da presença dos militares, também são realizadas vistorias com detectores de metais em todos os ingressantes, e que esta fiscalização mais rigorosa é questionada por algumas pessoas, inclusive perante o Conselho Nacional da Justiça (CNJ).


 Por fim a nota informa que fatos dessa natureza podem ocorrer por falta de orientação jurídica, e que nesse sentido, para esclarecer as pessoas e evitar que resolvam conflitos com violência, o Poder Judiciário oferece serviços gratuitos, como o programa de rádio Audiência Pública, na Rádio Difusora Acreana, o Programa Cidadania e Justiça, com palestras para crianças da Rede Municipal de Ensino e o Programa Justiça Comunitária, com atuação nos bairros na resolução de pequenos conflitos e o Projeto Cidadão.


A nota só não esclareceu quais medidas serão adotadas pelo Tribunal de Justiça quanto à fragilidade da segurança nas demais Varas do Fórum, já que no local apenas o Tribunal do Júri tem uma fiscalização rigorosa.


A reportagem tentou contato com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Acre, Marcos Vinicius Jardim Rodrigues, para saber qual opinião da instituição sobre o episodio, bem como sobre a falta da segurança do Fórum, mas foi informada que o presidente está em viagem para fora do Estado. A reportagem tentou ainda, sem sucesso, contato através do celular do advogado.


 


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