A crise no mundo político brasileiro voltou a ser tema de discurso do vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT), na tarde desta segunda-feira, 1º de julho. Ele subiu à tribuna para defender novamente a proposta da presidenta Dilma Rousseff sobre a realização de um plebiscito para consultar a população sobre os rumos de uma reforma política. “A saída é o plebiscito”, disse. “Não dá para chamar consulta popular de golpe”.
Viana anunciou que encaminha nesta terça-feira uma proposta de reforma da legislação. Entre as medidas, está a proibição de doação de recursos financeiros por parte de empresas e pessoas jurídicas e o estabelecimento de regras para o lançamento de candidaturas avulsas para a disputa no Legislativo. Segundo o parlamentar, chegou a hora de o Congresso Nacional ter coragem para fazer a mudança na legislação.
“Demorou-se tanto para fazer a reforma política neste país, que temos que fazer uma mudança na política, que só virá se for com a mudança na lei que possa fazer com que eleição deixe de ser sinônimo de corrupção”, destacou. Ele quer tornar equivalente ao crime de corrupção o uso de caixa dois nas campanhas eleitorais.
Viana defende que as doações aos partidos nas disputas eleitorais seja limitada às pessoas físicas, com o estabelecimento de um teto máximo. “Isso tiraria o poderio econômico das eleições”, avalia. “Vai ganhar, vai disputar quem tem boas ideias e boas propostas. Partidos que têm compromisso, que têm história ficam. Partidos cartoriais saem”.
O senador acreano também defende um recadastramento partidário, exigindo um mínimo de 500 mil filiados, para manter o registro junto à Justiça Eleitoral. “Quero ver manter um partido, o registro de um partido, tendo 500 mil filiados”, declarou. Para Viana, a medida inibiria os partidos cartoriais e reduziria as chances de sobrevida das legendas de aluguel.
O senador petista diz que o momento é de união. “Era a hora de unir todos, oposição e situação, aproveitar e fazermos a reforma política, com a opinião da oposição e com a opinião da situação”, comentou. “A reforma política é a resposta ao clamor das ruas”, disse.