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A PEC 37 é Como o fogão e a geladeira

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Roberto Vaz

Estava quase tudo limpinho!


 Aquele cheiro de detergente anima a alma e traz uma paz que eu não sei explicar. Agora só faltava terminar de passar um pano seco na geladeira e o enxugar as bocas do fogão para completar a obra.


Quem mora sozinho tem essas tarefas singulares e uma certeza estranha: ele manda nele mesmo, é o senhor e o servo de si próprio. Confesso que sou um senhor exigente e um servo desobediente, pois fazia tempo que meus prestigiados móveis não recebiam uma limpeza como a que eu estava fazendo.


Foi com a esponja ensaboada na mão que ouvi o Parlamento dizer não à PEC 37: aquele “golpe” que busca limitar o poder de investigação do Ministério Público. Em um país espetacularmente corrupto, soa bizarro qualquer medida que diminua uma garantia tão importante ao combate desse mal secular brasileiro.


Em seguida, assisti a uma reportagem em que se mostrava a aparente preocupação dos políticos em dar respostas aos protestos que marcam o histórico momento do país. Várias propostas, vários caminhos aludidos, inúmeros sujeitos mostrando o que precisa ser feito.


Fiquei pensando no poder que tem o povo, na força popular de uma revolta e nas manifestações de repúdio e de insatisfação que presenciamos. E vamos combinar que, tirando uns maluquinhos e outros baderneiros que queriam matérias para poder comentar no facebook, nossos movimentos não tiveram o caráter violento e ameaçador, parecido com aqueles contemplados em outras partes do mundo.


Não estou a dizer que a violência é o que enriquece o movimento, tampouco estou a falar que não teve importância o levantar de milhões de brasileiros ansiosos por mudanças profundas em nossa sociedade.


O certo é que acredito que estamos iniciando um importante aprendizado social de conquistas. Imagino que cansamos de apenas fazer piada das nossas desgraças ou de nos afastarmos de problemas que incorretamente achávamos que não era nosso.


A pressa dos políticos em enfrentar a situação talvez esteja baseado na ciência disso. Será que não querem que prossigamos com essa prática para novas reivindicações e novos pedidos? Será que sentiram medo de perder seus privilégios? Então o povo não é tão pacífico e apolítico assim?


Não sei! Não sei onde estamos indo! Quem sabe nem tenhamos o caminho. Apenas a multidão que quer um Brasil melhor, pois diferente de minha casa, nosso país tem muito que limpar.


O Acre faz parte do Brasil!


 


Por Francisco Rodrigues Pedrosa    f-r-p@bol.com.br


 


 


 


 


 


 


 


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Roberto Vaz

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