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Dólar volta a fechar no maior nível em mais de 4 anos e bate R$ 2,17

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Venicios

Dupla intervenção do Banco Central nesta terça-feira (18) não foi suficiente para segurar a alta do dólar, que voltou a fechar em alta.


O dólar registrou alta de 0,56%, para R$ 2,1782 na venda. Veja a cotação.


É a maior cotação de fechamento desde o dia 30 de abril de 2009, quando a moeda fechou em R$ 2,181.


Mais cedo, a moeda chegou a cair após intervenção do BC.


Antes, contudo, avançou 0,92%, a R$ 2,1861 na máxima do dia – o maior nível intradia desde 29 de abril de 2009, quando a moeda bateu R$ 2,1930.


A sessão foi volátil. O Banco Central se esforçou para tirar a moeda do patamar de R$ 2,18 visto mais cedo e os investidores mostram-se preocupados sobre possível redução do estímulo monetário nos Estados Unidos.


O BC fez dois leilões de swap cambial tradicional – equivalentes a vendas de dólares no mercado futuro – e, diferentemente de operações anteriores, vendeu grande parte da oferta com volume financeiro equivalente a R$ 4,5 bilhões e evidenciando forte demanda do mercado por divisas.


“O BC entendeu que o mercado queria comprar dólar e foi injetando, e apesar dos US$ 4,5 bilhões que ele despejou, o cenário não é de dólar para baixo”, afirmou um operador de um grande banco nacional à Reuters. “Temos um cenário de incertezas internas, dólar quase todo dia se valorizando ante as moedas. Acaba que o BC vem remando contra a maré”, emendou.


Na véspera, o BC também realizou um leilão de swap cambial tradicional depois que o dólar atingiu R$ 2,1781 na máxima do dia. Mesmo assim, a divisa encerrou em alta de 0,84% ante o real, a R$ 2,1661 na venda, maior patamar de fechamento desde 30 de abril de 2009.


“Se a percepção no BC é de que os leilões vão resolver (a alta do dólar), está errado”, afirmou o economista-chefe do 4Cast Inc, em Washington, Pedro Tuesta. “Lembre-se que o Brasil não só está enfrentando um problema de fluxos lá fora, mas também um problema de confiança na política econômica”, emendou.


Para a equipe econômica do governo, os movimentos do dólar no Brasil é normal neste momento, com os investidores do mundo todo de olho nos próximos passos do Fed, segundo uma fonte próxima da área econômica, lembrando que esse é um período de realocação dos ativos no mercado mundial.


Apreensão puxa dólar
Analistas alertavam, no entanto, que não apenas a apreensão com a reunião do Fed, mas também a desconfiança dos investidores com a economia brasileira impulsionavam a alta do dólar no Brasil.


“Há uma ansiedade em relação à reunião do Fed que começa hoje e isso está levando o dólar a se valorizar frente à maioria das moedas lá fora, e isso está puxando o dólar aqui também, em meio a preocupações com os fundamentos da economia brasileira”, afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB Luciano Rostagno, à Reuters.


Os investidores seguem agora na expectativa do resultado da reunião do Fed e das declarações de seu chairman, Ben Bernanke, na quarta-feira, em busca de sinais sobre os rumos da política do banco.


G1


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