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Sebastião Viana recebe Clara Charf, viúva de Marighella, inimigo número 1 da ditadura

Clara Charf foi recebida com honra pelo governador Tião Viana e a primeira-dama, Marlúcia Cândida (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
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Os cabelos brancos e sorriso de quem não deixou as marcas duras da vida apagar esse gesto de felicidade do rosto são característicos de Clara Charf. Mas a coragem e a simplicidade com a qual ela expõe sua luta e sua história também não a permitem passar em branco. A viúva do “inimigo número um da ditadura”, Carlos Marighella, foi recebida com honra pelo governador Tião Viana e a primeira-dama, Marlúcia Cândida, no final da tarde de segunda-feira, 10.


Clara Charf foi recebida com honra pelo governador Tião Viana e a primeira-dama, Marlúcia Cândida (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Clara Charf foi recebida com honra pelo governador Tião Viana e a primeira-dama, Marlúcia Cândida (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

No Acre há alguns dias para ministrar oficina sobre tráfico de pessoas e violência doméstica, Clara Charf se disse encantada com as peculiaridades acreanas e o clima tranquilo que ela alegou só existir aqui. “A gente se sente bem. Há uma tranquilidade, uma coisa gostosa. Parece que nem faz parte do Brasil. O tratamento, a solidariedade, o carinho que há em todo o lugar que se vai. Não há outro lugar assim no Brasil. Fico imaginando se Marighella estivesse aqui, o que iria achar de ver tudo isso, como ficaria feliz”, comentou.


Clara hoje preside a Associação de Mulheres pela Paz e percorre o Brasil, apesar da idade avançada e da dificuldade na locomoção, contando sua história, lutando contra a violência e encorajando outras mulheres. A boa memória a faz contar detalhes de uma época triste que envergonha o Brasil. Mas é quase impossível voltar a este tempo sem embargar a voz ou tentar conter as lágrimas que teimam em descer vez em quando:

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“Marighella tinha uma coragem impressionante. A essência dele era é lutar contra a ditadura. E ele não ficou parado. Enquanto esteve preso ensinou e dividiu tudo o que sabia com as outras pessoas. No tempo que passou se escondendo, com nomes trocados, onde se abrigava as crianças pediam para ele não ir embora. Na prisão toda vez que chegava alguém ele tirava a camisa, mostrava o ferimento da bala e gritava ‘abaixo a ditadura!’. Era incrível a força dele”, conta.


O governador Tião Viana ressaltou a honra em recebê-la e a vontade de que ela volte para compartilhar sua história com os jovens acreanos. “Você  é muito bem vinda aqui, é uma honra para nós ter a sua presença. Nos orgulhamos do seu trabalho, da luta que enfrentou”, disse o governador, que aproveitou a visita para buscar detalhes da história e da luta de Marighella.


Charf entregou ao governador alguns livros sobre o trabalho da associação que presidente, além de um DVD que conta a história de Mariguella, e recebeu da primeira-dama a dissertação de mestrado que conta sobre a vida do seringueiro através do modelo de habitação, trazendo algumas peculiaridades da história acreana.


Fonte: Agência de Noticias do Acre


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