Tenho sempre no jornalismo posições claras. A experiência me ensinou a conter as emoções. No caso da G-7 procurei fugir da exacerbação das partes envolvidas, do terreno das baixarias, das teses conspiratórias, e tenho me reservado a comentar com isenção e sem paixão política.
Por que defendo?
Defendo o governador Tião Viana por conhecer seus atos ao longo de décadas e nada desabonou sua conduta. As mais de 600 horas de gravação da PF só comprovaram isso.
Separo sim
E separo sim a sua figura dos demais secretários. Por uma razão: o Tião Viana não está indiciado em nada, não lhe pesa nenhuma acusação, por que colocar tudo no mesmo tacho?.
Advogado de defesa, não!
Não se deve condenar, antecipadamente, os secretários presos, por uma razão: não foram julgados e podem ser absolvidos. Entre isso e me tornar advogado de defesa há uma distância.
É quem cabe
Quem tem o dever de defender os secretários é o sistema público de Comunicação, às bases do Governo na Assembléia e na Câmara Federal, a FPA; por favor, não misturarem as coisas.
Defesas pontuais
As defesas feitas até aqui por esses setores foram tímidas, desconectadas, pontuais, deveriam ter sido em bloco. Salvam-se alguns deputados que, desde o início defenderam esses gestores.
Não entro nessa
Recuso-me sim a embarcar na opinião de alguns de que, por trás da “Operação G-7” há uma grande conspiração da oposição e atos de vingança de magistrados e da PF contra o PT.
Discussão de boteco
Vou manter esse blog sempre discutindo em alto nível e não no nível de conversa de boteco.
Outra história
Não discuto o mérito de prisões das quais desconheço os autos. O que entendo, aí é minha convicção, é que deveriam ser soltos por preencherem requisitos de responder em liberdade.
Qual o perigo?
E qual o perigo que representariam soltos empresários com empresas funcionando, residências fixas, empregos? convenhamos, nenhum.
Não consigo ver
Só não consigo ver como factível se buscar essa soltura com ataques, denúncias pessoais, teses conspiratórias, porque longe de resolver essas prisões só açodam as relações entre os Poderes.
Quem define
O que tem de se colocar na cabeça de alguns é que os ataques aos condutores do inquérito do G-7 não vão definir se empresários e secretários são culpados ou inocentes, mas os tribunais.
Quem melhor?
E se essa “Operação G-7” é tudo isso de negativo do que falam, os autos estão no melhor lugar para tirar essas dúvidas e se for o caso punir quem extrapolou das suas funções, no STF.
Razão de se indignar
No caso do senador Jorge Viana, ele tem toda a razão de se indignar com o monitoramento ilegal, condenável, que lhe foi feito pela PF, o Estado de Direito não admite esse tipo de coisa.
Mesmo que não fosse
Mesmo que o Jorge Viana não fosse um senador da República, ainda assim a escuta sem autorização judicial seria ilegal. Existe todo um trâmite jurídico para se autorizar uma escuta.
No mais, não entro!
O blog só não entra no lodaçal em que virou a discussão periférica da “Operação G-7”. O que eu tenho ouvido da opinião pública só reforça a posição de continuar no alto nível.
É elementar
Em Direito não há outra solução para a decisão jurídica: se acata ou se recorre. Fora isso é marola e paixão, que não resolverão, absolutamente; a situação dos acusados presos.
No campo político
Entrando no campo político é prematuro, tolice, ilação sem sentido, se dizer hoje que o G-7 pesará negativamente na reeleição do governador Tião Viana, nossas eleições são paroquiais.
Pesaria sim
Poderia pesar negativamente sim, se o Tião Viana tivesse sido indiciado em alguma acusação de ilegalidade, acusado no processo do G-7, mas esse não é o caso, então não vejo simbiose.
Não pode parar
O que o governo tem que buscar enquanto não vem a solução jurídica são meios de tocar o “Ruas do Povo”, “Ramais do Povo” e a “Cidade do Povo”, pelo emprego e renda que vão gerar.
Manifestação válida
A manifestação dessa quarta-feira programada por setores do comércio e construção civil não se trata de pressão contra o Judiciário, mas de preocupação justa com o futuro da economia.
Pensamento infantil
É um pensamento infantil, tacanho, imaginar que, se as obras forem paralisadas é o governo, o PT, que serão prejudicados, no contexto sobrará para todos os setores sociais e econômicos.
Neve no acre
Comentário de um petista sobre a candidatura a senador do deputado federal Henrique Afonso (PV): “o Pastor quer cafuné, e mais fácil nevar no Acre que ele disputar o Senado”.
Fronteira a ser traçada
Uma fronteira tem de ser traçada nesse grave momento de crise: os presos serão soltos, os processos vão continuar até as sentenças finais, mas o Acre não pode por conta disso parar de gerar emprego e renda. Num Estado sem indústrias, a paralisação do mercado da construção civil, que se constitui no maior pólo empregatício da iniciativa privada, trará conseqüências econômicas graves. E o dinheiro que não vai circular e o desemprego que crescerá.
Por Luis Carlos Moreira Jorge
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