Luciano Tavares – da redação de ac24horas
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Ataques a imprensa, a Polícia Federal, a Justiça e aos adversários políticos é a arma usada pelo vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), na defesa de seu irmão, o governador do Acre, Sebastião Viana, que enfrenta há três semanas uma crise em seu governo ocasionada pela prisão de secretários de Estado, servidores públicos e empreiteiros acusados de fraude em licitações e desvio de dinheiro público.
Neste sábado (25), no auditório da Secretaria Estadual de Educação, no encontro do PT, em seu discurso com um misto de desabafo e raiva, o senador só não atacou seus aliados.
Depois, o senador petista disparou contra a oposição, principalmente, o PMDB ao fazer comparações administrativas. “Teve um tempo que esse Estado era governado pelo PMDB, que a Mendes Junior fazia 100% das obras desse Estado e nessa cidade de Rio Branco. Quem tava era o PMDB no governo, e nós mudamos isso. Isso sim é roubar, isso sim é se aproveitar.
Sem citar nomes, mas deixando a entender que se referia a Sérgio Quintanilha, Jorge Viana o atacou de forma veemente por causa de um artigo (leia aqui o artigo) sobre o G-7 escrito pelo advogado. “Eu outro dia vi um advogado de quinta categoria, ladrão, escrevendo um artigo. Ele roubava R$ 150 mil. R$ 1,5 milhão, pode multiplicar por dez. A cada três dias quando ele estava na Casa Civil. Ta lá na Justiça, ou… Desculpa a correção: ta na injustiça. Nada, nunca aconteceu nada! Mas ta aí agora como o porta voz da moralidade. Devia ta preso no lugar dos inocentes!”.
Na seqüência de ataques, o senador disparou contra o 1º secretário da Câmara dos Deputados, Márcio Bittar (PSDB-AC) devido às críticas que o tucano fez na TV em relação à atitude de Sebastião Viana de não ter afastado os secretários envolvidos no G-7. De acordo, com Viana, o tucano não tem moral para dar lições, já que seu irmão Mauro Bittar era um dos comandantes da conta Flávio Nogueira, um esquema de desvio de dinheiro público no governo de Flaviano Melo. “Outro dia vi um deputado federal querendo dar lição de moral no Tião: o seu Márcio Bittar. Eu vou responder na mesma TV (Gazeta). Chega lá e diz: se o governador não sabe, é incompetente, se sabe, é corrupto. Logo ele falando isso. O irmão dele era um dos chefes da conta Flávio Nogueira. Só que a conta Flávio Nogueira não era uma suspeita. Funcionários nesse estado não recebia salário no dia. Recebia um salário de miséria, porque o dinheiro era roubado. O Acre não tinha obras, a população tinha um salário de miséria”, completou.
Depois de proferir ataques contra seus opositores, o senador tentou mostrar a inocência dos membros do primeiro escalão do governo que foram presos, fazendo questionamentos sobre seus bens. “Depois de dois anos, cadê o secretário de nosso governo que é sócio de alguma empresa, cadê o dinheiro apreendido, cadê o pagamento que foi feito. Eu só queria que essas perguntas fossem respondidas?”
Senador insinua influência política no inquérito da Polícia Federal
Referindo-se a Polícia Federal, agora com um discurso bate e assopra, Jorge Viana disse que não a põe “sob suspeição”. Mas logo depois fez o contrário ao colocar em xeque as investigações quando se referiu a um parente do deputado Flaviano que trabalha no órgão.
“Vocês sabem que um dos chefes da perícia da Polícia Federal do Acre?
É parente do Flaviano Melo!
É uma pessoa parente do Flaviano Melo que já ocupou uma série de cargos. E se essa pessoa estiver fazendo uma ação dirigida? Eu só quero que investigue.
E questionou também: E se alguém tiver fazendo escutas sem autorização da Justiça?”. O senador se referiu ao perito federal Roberto Feres, que é casado com a prima de Flaviano Melo.
Ele também propôs uma auditória nos equipamentos de interceptações telefônicas das polícias federal e civil. “É preciso fazer uma auditoria definitiva nesses equipamentos instalados aqui. Não importa se é no Estado, se é federal. Nós precisamos ter uma auditoria pra ver se não estão fazendo mau uso pra acabar com vida de pessoas, de gravações, de uso de grampos”.
Ironicamente, um desses aparelhos de grampo telefônico do Estado a que Jorge Viana se refere foi comprado quando ele era governador.
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