Igreja Quadrangular passa pela maior reforma de sua história no Acre

A fase mais atribulada da Igreja do Evangelho Quadrangular no Acre terminou na última segunda-feira, numa reunião com maioria dos 107 pastores titulares do ministério. Foram mais de dois meses de lavagem, “a seco”, de roupas sujas de anos, admitiu esta manhã o pastor e procurador da instituição, Denilson Segóvia, há três anos na presidência da denominação e há dois cumprindo mandato de deputado estadual pelo PEN, partido que compõe a Frente Popular.

O “dia da vitória final” da igreja foi marcado pelo abraço geral ao pastor-presidente e a todo o “estado maior”, num encontro no templo sede, no início da noite. A bandeira da paz foi, finalmente, defraudada, em nome do “evangelho de Jesus”, comemoraram os pastores, numa oração pela igreja quase não encerrada, tamanho foi o barulho de choro, abraços e palmas.

A igreja do Evangelho Quadrangular existe no Acre desde 1976, quando foi instalada pelo reverendo Benedito Batista. De lá até hoje está entre os movimentos pentecostais mais evoluídos no Estado, inclusive do ponto de vista numérico. Em pouco mais de três décadas saiu do templo sede, na rua Isaura Parente, para as 107 igrejas espalhadas em todo o território acreano, divididas em sete superintendências. Atualmente é contabilizado um “rebanho” de 16 mil fiéis, pelo menos.

Essa recente renovação da igreja parece ter tido o apoio fundamental de maioria dos fiéis, onde para alguns configurava uma espécie de pressão, o que os fez sair, na verdade foi para a maioria uma atuação organizacional de extrema necessidade para o crescimento. Nenhuma das igrejas esvaziou.“Pelo contrário, temos ganhado mais almas para Jesus”, diz um dos superintendentes da capital, o pastor Francivaldo Barros.

Com o aval da presidência nacional da igreja, o pastor Denilson Segóvia trocou pastores de congregações, revisou contabilidades, atualizando ao sistema empresarial estabelecido pela Receita Federal chamado de ¨projeto transparência”, recontou patrimônio, extirpou alguns costumes que testemunhavam mal a denominação e terminou por levantar a bandeira da unidade no ministério, Alguns obreiros da igreja caíram fora, mas em número bem reduzido. Há notícias, inclusive, que estariam arrependidos de seguir os chamados “rebeldes”.

Segóvia anuncia construção da catedral e termina renovação aplaudido

O pastor presidente da igreja do Evangelho Quadrangular, Denilson Segóvia de Araújo, tem 47 anos, é casado com a pastora Silvana Araújo, é pai da adolescente Késia Araújo, e esse ano completou 27 anos de ministério. Está na presidência estadual da igreja há três anos e, além da gozar de boa relação com fiéis, tem a seu lado, hoje, 107 dos 107 pastores auxiliares em todo o Estado.

Para comandar a “reforma” da igreja, Segóvia contou com o aval de ninguém menos que do pastor-presidente nacional, Mário de Oliveira, deputado federal há cinco legislatura, pelo PSC de Minas Gerais. Até alcançar o estágio de congregação renovada dos velhos costumes, na última segunda-feira, Segóvia precisou cortar na carne, inclusive. Atuou como bombeiro, para apagar focos de incêndios em igrejas importantes, como a do Manoel Julião e a de Sena Madureira. “Foi ai onde valeu a habilidade de pacificador dele”, gaba o vice-presidente da sede bosque, pastor Cláudio Marreiro, que atua, também, como advogado em nome da instituição.

Consciente da mudança pela qual a igreja precisava passar, Denilson Segóvia agradeceu o apoio dos pastores, mas principalmente dos fiéis. “Melhor ainda é que Deus está no controle de tudo”,e ¨ essa mudança começou primeiramente em mim¨, explica o reverendo, em tom suave. Ele adiantou que antes de encerrar seu mandato de quatro anos, no final de 2013, deve anunciar a construção duma catedral para milhares de fiéis, bem acomodados em alcochoadas cadeiras. “O apoio do nosso presidente nacional para a materialização desse sonho, a nossa catedral, eu já tenho”, finalizou o cabeça da igreja Quadrangular, de agora em diante marcado como o homem que comandou uma das maiores mudanças comportamentais da denominação no Acre.

Por Evandro Cordeiro