O diretor do Departamento de Imigração e Assuntos Jurídicos do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, o diplomata Rodrigo do Amaral Souza, ressaltou à Agência Brasil que o Brasil está empenhado em ampliar as oportunidades de emprego para os imigrantes haitianos. Segundo ele, uma das propostas em estudo é abrir uma agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine), em Brasileia, no Acre, para cadastrar os imigrantes e ajudar na busca por vagas no mercado de trabalho.
“O que a imensa maioria quer é trabalhar. Só que entre o processo de emissão de documentos até a possibilidade de emprego há uma espera e isso às vezes leva mais tempo do que a pessoa imaginou”, disse Amaral. “A proposta de abrir uma agência do Sine em Brasileia é para dar mais agilidade a todo esse processo.”
Após intensificar as atividades no Acre, na tentativa de buscar soluções para os imigrantes haitianos, especialistas de vários setores do governo conseguiram definir o perfil daqueles que buscam refúgio no Brasil. A maioria são homens. De cada dez imigrantes que chegam às cidades de Brasileia e Assis Brasil, apenas um é mulher. A faixa etária varia entre 25 e 35 anos. Os homens, na sua maioria, são casados, mas ao migrar, deixam as famílias no Haiti. Os solteiros também deixam parentes – filhos, irmãos e tios – no país de origem.
A escolaridade também é uma questão avaliada pelas autoridades brasileiras: em geral, os imigrantes têm apenas ensino fundamental incompleto, alguns são analfabetos e poucos têm segundo grau incompleto ou concluído. O número de haitianos com ensino superior é pequeno.
Agência Brasil