Ray Melo, da redação de ac24horas
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Familiares de Leuda Alves da Cruz, de 62 anos, que morreu após fazer uma cirurgia no Hospital das Clínicas estiveram na manhã desta terça-feira (30), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), para denunciar o suposto erro médico no procedimento de correção de uma anomalia no quadril da vítima, que de acordo com eles seria de baixa complexidade.
Para fazer a defesa do Governo do Acre no episódio, os deputados da base de Sebastião Viana (PT) afirmaram no plenário na Casa, que também foram vítimas de erro médico no Acre. O líder do governo, Astério Moreira disse que foi vitimado por um médico que também foi deputado estadual, que sofreu “um golpe profundo, não só corpo, mas também na alma”.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Geraldo Pereira usou a mesma linha de defesa do governo e afirmou: “meu pai também foi vitima de erro médico, sabe por que? Quem faz cirurgia do coração não pode tomar remédio para afinar o sangue, ele pegou dengue hemorrágica e deram um remédio errado”, diz o petista.
A denúncia foi feita ao deputado Major Rocha (PSDB), que usou a tribuna da Casa, para pedir que se instaurasse um procedimento investigativo para apurar responsabilidade da equipe médica na morte da dona de casa, que teve a perna amputada na cirurgia. “A paciente morreu em condições envoltas em mistério, por imperícia cortaram sua veia femoral”, disse Rocha.
Segundo Rocha, o Governo do Acre ainda não teria se pronunciado sobre a morte. “É bom que se diga que este não é o primeiro caso. Quem são os médicos que estão sendo contratados pelo Estado? Quem são os médicos que vem ao Acre ganhar dinheiro? Após o erro tentaram ocultar e enviar a perna para enterrar sem que fosse feita a perícia”, denuncia.
Mas o deputado Major Rocha faltou com a verdade. Na segunda-feira, em nota, a secretária de Saúde, Suely Melo e o superintende do hospital garantiram que abriram procedimento administrativo para apurar o caso.
Depois do pronunciamento do oposicionista tucano, o líder do governo, Astério Moreira (PEN) usou a tribuna para fazer a defesa do governo e repudiar a reportagem de ac24horas, que de acordo com ele teria faltado com a ética profissional e teria feito uma exposição desnecessária da perna amputada de Leuda Alves da Cruz.
“O governador Sebastião Viana falou do assunto diante da imprensa, todas as providências estariam sendo tomadas pelo governo, para responsabilizar os culpados, para que a morte seja apurada detalhadamente. Ele se manifestou naquele momento, como médico e como governador, a solidariedade com a família”, disse Astério.
O governista falou ainda da matéria que tornou público o suposto erro médico. “Todas as providencias estão sendo tomadas, mas gostaria de condenar a exposição da perna de uma pessoa. Isso acrescenta o quê? Não é ético, não é digno”, destacou Astério Moreira.
A direção do jornal não quis comentar o caso, mas disse não é ético esconder as causas da morte de uma senhora que foi em busca de cura e encontrou a morte: “Aliás, a ética do senhor Astério Moreira funciona apenas para esconder os mal feitos do governo; como evangélico ele envergonha Deus ao não defender a vida”, disse o diretor.
