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CONCURSO SOB SUSPEITA – Candidatos denunciam fraude e favorecimento de apadrinhados em concurso da Ufac

Por
Roberto Vaz

Ray Melo, da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com


Mais uma vez a Universidade Federal do Acre (Ufac) é alvo de denúncias de fraude em concursos realizado pela instituição. Candidatos a professor dos cursos de administração e geografia que concorreram no certame destinado ao provimento de 74 vagas e formação de cadastro de reserva no cargo efetivo de Professor da Carreira do Magistério Superior estão denunciando suposto favorecimentos a concorrentes ligados a gestores da unidade de ensino e a grupos políticos que comandam a faculdade federal.


A principal reclamação dos candidatos é sobre a avaliação das provas, que de acordo com eles não está sendo feita de forma transparente. Os denunciantes afirmam que o concurso é um jogo de cartas marcadas para efetivar amigos e apadrinhados dos gestores da Ufac e de políticos que utilizam a instituição de ensino, como curral eleitoral. Os candidatos questionam, ainda, o porquê de os gestores da instituição não abrirem mão de elaborar a prova e fazer a escolha dos examinadores que fazem a correção das provas.


Através de uma carta enviada via sedex, à redação de ac24horas, no dia 17 de abril, um funcionário da Ufac (que pediu para não ser identificado) informou o nome dos candidatos que seriam aprovados na primeira fase do concurso para professor de Geografia.  O denunciante informou inclusive, o nome do candidato que ficaria em primeiro lugar na classificação. O nome informado pelo servidor da instituição federal obteve a mesma nota dos três avaliadores, se aproximando da nota máxima da prova.



Os candidatos que se dizem prejudicados afirmam que formalizarão uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF). Eles questionam a lisura dos concursos públicos realizados pela Ufac. Para eles, a lisura dos certames é prejudicada, já que os próprios professores da instituição de ensino elaboram as provas, fazem a correção, avaliam e divulgam os nomes dos aprovados. Outra questão levantada pelos participantes do concurso é a reavaliação da prova que muitas vezes estaria elevando a nota do recorrente em 150%.


“Por que só a Ufac ainda faz seu próprio concurso, com provas elaboradas pelos professores locais? Por que os gestores da instituição não contratam uma empresa que realiza concursos para cuidar do concurso? Por que a Ufac não abre mão deste método ultrapassado? Uma empresa sem ligações com a universidade poderia fazer o concurso e livrar o certame de qualquer questão judicial”, questiona J.C.N. – candidato que afirma ter doutorado, mas foi desclassificado e ao recorrer teve seu pedido indeferido.


No prova para contratação de professor de administração, os candidatos afirmam que existe uma manobra para efetivação de um concorrente que teria ligação com um deputado federal petista. O “escolhido” ficou abaixo da média 5.00 – que o classificaria para a próxima fase. Depois de pedir uma reavaliação o suposto apadrinhado evoluiu quase dois pontos, chegando à zona de classificação para a prova didática, que deverá acontecer nesta quarta-feira (24), quando os classificados ministram uma aula na Ufac.


Com planilhas da avaliação e da reavaliação nas mãos, os candidatos de administração contestam que não é mostrado no documento, qual seria o avaliador que aumentou a média dos recorrentes. A ordem dos classificados também foi mantida, mesmo com concorrentes alcançando médias superiores aos primeiros classificados na avaliação original. Os denunciantes afirmam que graduados estariam sendo privilegiados e doutores e mestres estariam sendo prejudicados por “interesses de terceiros”.


A Ufac foi palco de escândalos anteriores, inclusive, a instituição abriu mão da realização do vestibular, depois de fraudes e cancelamentos do exame, aderindo ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para se livrar das constantes suspeitas. Em 1996, uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal acusou 11 pessoas de fraudar o vestibular da Ufac, na prova de Direito. A denúncia que envolvia pessoas ligadas a Comissão Permanente de Vestibular provocou a anulação do vestibular.


O OUTRO LADO


A reportagem de ac24horas esteve no campus da Ufac. Na assessoria de comunicação da instituição de ensino, um dos assessores informou que a reavaliação de provas é comum em certames da universidade. A assessoria informou ainda, que apenas a pró-reitora de graduação, Socorro Nei estaria autorizada a falar do assunto, mas estaria no Colégio de Aplicação. Tentamos contato com a pró-reitora pelo número: (68) 9985-**00 – fornecido na assessoria, mas a gestora não atendeu ou retornou a ligação.


 


 


 


 


 


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