Gleydison Meireles – da redação do ac24horas
O protesto realizado na manhã desta sexta-feira (19), em frente ao prédio do Instituto Médico Legal (IML), por parentes de vítimas que aguardavam a liberação dos corpos para sepultamento levou o presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal (ABML), Reginaldo Inojosa Carneiro Campello, declarar que irá notificar o governo Estadual quanto a urgência de uma solução para a falta de médicos legistas.
De acordo com Reginaldo Inojosa a notificação é para que o Estado busque uma solução emergencial e definitiva para a falta de profissionais na área.
“O Acre precisa urgente de médicos legistas, é preciso que se uma solução urgente e definitiva para esse problema, sendo que um concurso público seria a solução para isso”, disse.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil classificou o protesto como um exagero já que, conforme o Código de Processo Penal no seu art. 162 a autopsia poder ser realizada pelo menos seis horas depois do momento do óbito.
A assessoria destacou ainda que o governo Estadual está em tratativas para a realização de um concurso público onde serão ofertadas nove vagas para médicos legistas.
“Temos uma carência de médicos legistas sim, mas isso não ocorre só no Acre, essa carência de profissionais na área de medicina legal acontece em todo Brasil. Para isso o governo do Estado está formatando um concurso público para a área e assim solucionar o problema”, esclareceu o assessor Pedro Paulo.
Familiares revoltados fecham a Avenida Antônio da Rocha Viana
A situação da falta de médico legista para o atendimento no IML da capital acreana tem causados alguns transtornos para a população que busca atendimento no local.
Na manhã desta sexta-feira, dezenas de familiares que esperavam a liberação dos corpos dos entes queridos para o velório e posterior sepultamento se revoltaram com a demora devido a falta de legistas e decidiram bloquear a Avenida Antônio da Rocha Viana em protesto pedindo maior agilidade na liberação dos cadáveres.
O protesto durou cerca de 15 minutos, tempo suficiente para que motoristas e manifestantes se desentendesse. O protesto só acabou depois que a polícia militar chegou no local e de forma intimidatória dispersou os manifestantes.
Edilene da Conceição Pereira Reis estava indignada com a demora na liberação do corpo de um amigo, que segundo ela desde as 3h00 da manhã estavam peregrinando entre o IML e o Pronto Socorro, onde ocorreu o óbito.
“Isso é uma falta de respeito com os familiares e amigos, já estamos sofrendo com a perda de um ente e ainda temos que esperar a boa vontade do IML para liberar o corpo para o velório, do jeito que q coisa vai quando o corpo for liberado não terá mais tempo para o velório. Meu amigo, que não tem parentes aqui no Acre, morreu na madrugada de hoje e desde as 3h00 estávamos tentando que o corpo fosse trazido por IML para a necropsia, mas ai só chegou aqui no inicio da manhã, já passa das 11h00 e até agora nada”, desabafou Edilene Reis.
Nesta manhã pelo menos quatro corpos aguardavam liberação. As necropsias só começaram a serem realizadas depois do meio dia, quando o médico legista chegou ao IML.