O deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) criticou na noite desta quarta-feira (17) a postura do seu próprio partido, o PT, e dos partidos aliados ao governo Dilma Rousseff, como PMDB, PR e PDT, em relação ao projeto que prejudicará a criação de novas legendas, por diminuir o que terão direito em relação ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral nos meios na TV e no rádio.
“Por que este medo da Marina [Silva], que nem partido tem? Isso é uma injustiça. É uma esculhambação. Por isso este Parlamento tem a sua credibilidade no chão”, afirmou o petista, que está a um passo de mudar para o partido de Marina Silva, o Rede Sustentabilidade.
Exaltado, o parlamentar questionou a mudança nas regras durante a mesma legislatura. Isso porque o PSD, de Gilberto Kassab, foi beneficiado com a parte dos recursos do fundo e do tempo de propaganda eleitoral, mas a Rede Sustentabilidade e o MD (Mobilização Democrática), legenda criada a partir da fusão do PPS e do PMN não serão, caso o projeto seja aprovado.
“A presidente Dilma não precisa deste casuísmo [decisão motivada por interesse ou conveniência] porque está no governo. Faz um bom governo. Tem índices nas pesquisas que nenhum presidente teve”, destacou o deputado.
Dutra pediu, inclusive, que o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), se realmente a votação do projeto foi pedido da presidente. Chinaglia ainda não se manifestou.
O discurso inflamado do parlamentar chamou a atenção para o que classificou como “injustiça dentro do Parlamento brasileiro”. Ele informou que “tem um projeto de autoria dele de 1995, pronto para ser votado desde 2001 e ainda não entrou na pauta do plenário, enquanto o projeto do fundo entrou”.
“Estou há 33 anos no PT e estou num processo de saída porque entregaram o PT do Maranhão para a pior oligarquia do Brasil [se referindo à família Sarney], mas já disse aos companheiros que, enquanto estiver no PT, voto com o governo e sigo as orientações do partido. Aprendi no PT a lutar contra o casuísmo e a favor da democracia. Aqui é um casuísmo que estão fazendo. A presidente Dilma não precisa deste casuísmo”, afirmou Dutra.
Do UOL