O diretor do Departamento de Imigração do Itamaraty, o diplomata Rodrigo Amaral, e seu assistente Bruno Pereira Rezende visitaram hoje (16) o abrigo destinado aos imigrantes haitianos, que chegam ao Brasil, por meio da cidade de Brasileia, no Acre. Amaral disse à Agência Brasil que as principais demandas são: regularização de documentos, protocolo da documentação de refúgio e oportunidade de emprego.
“As condições dos imigrantes ainda são precárias, mas melhoraram muito em comparação ao que ocorria há dez dias. As melhorias são resultado da força-tarefa do governo [vários órgãos federais atuando em conjunto] na tentativa de buscar soluções”, disse Amaral.
Os diplomatas Amaral e Rezende viajaram ontem (15) para o Acre a fim de verificar as condições de vida dos haitianos. “Viemos para analisar e verificar a situação in loco. Foi muito importante”, disse ele. Uma das propostas em avaliação é ampliar o Consulado do Brasil em Cobija (Bolívia) para a emissão temporária de vistos especiais para os haitianos.
No entanto, Amaral disse que as medidas adotadas para melhorar as condições de vida dos haitianos dependem de decisões de várias áreas do governo sob coordenação do Ministério da Justiça e da Casa Civil da Presidência da República.
Amanhã (17) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o governador do Acre, Tião Viana, conversam sobre a questão dos haitianos. Patriota disse hoje que o esforço conjunto, envolvendo vários ministérios, ainda avalia as alternativas para tentar diminuir as dificuldades no Acre e na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru.
O assunto foi tema ontem de uma reunião comandada pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, com embaixadores do Haiti, da Bolívia, do Equador e do Peru. A preocupação, segundo Patriota, é com a vulnerabilidade dos imigrantes, que vivem sob ameaças e assédio dos chamados coiotes.
Na semana passada, autoridades acrianas apelaram ao Itamaraty para negociar um acordo com os vizinhos sobre o ingresso de haitianos na região. Para as autoridades, o livre acesso em algumas fronteiras incentiva a ausência de controle no que se refere à chegada de haitianos ao Brasil, principalmente no Acre, nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia.
Agência Brasil
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