Estava um belo dia desses com minha mãe assistindo a um desses jornais de meio dia, quando ouvi dela um resmungo por conta da matéria que repudiava.
Um parlamentar dizia, como se dizendo fosse capaz, coisas como defesas marciais em favor do governador do Acre. Eram golpes bem destacados, frases bem usadas, gestos a emocionar o cão que sente o frango no forno.
Sem perder o sabor da comida que levava a boca, disse em alto e bom tom: mas é um puxa-saco mesmo! Quando era jornalista do canal que fazia oposição, só vivia destratando a “petezada”, agora que come no coloral, tá aí lambendo e espantando as moscas das práticas do governo, como que para não cair nenhuma poeira na carniça. Puxa-saco!
Dei-me a rir de tanta indignação, e quando ousei dizer-lhe que nesse mundo essas coisas aconteciam fortemente, já que ideologia política é apenas algo que leva mais dinheiro à carteira, ela me interrompeu e disse que não queria mais saber.
Respeitei temeroso, pois sempre que insisto com alguma coisa que ela não quer ouvir, sou convidado a ir a um local onde constatamos os dejetos humanos.
Parei um pouco e fui ver se encontrava as origens dessa expressão tão usada e forte aqui no Estado. Naveguei, naveguei e achei uma explicação que dizia o seguinte:
A expressão puxa-saco começou a ser usada na gíria militar. Os oficiais não colocavam suas roupas em malas, mas em sacos durante as viagens. Mas quem carregava, obedientemente, a bagagem para cima e para baixo eram os soldados. Puxar esses sacos virou sinônimo de subserviência. E o puxa-saco passou a definir todos que bajulavam superiores ou qualquer outra pessoa.
E para quem não sabe, puxa-saco tem até dia, comemorado, informalmente, em 20 de dezembro. É o dia limite para o pagamento da segunda parcela do 13º salário. Dizem que, nessa data, todos os puxa-sacos saem na surdina pelas ruas à procura do presente de Natal dos respectivos chefes.
O 3º sargento Isaías Brito Brandão, preso recentemente por discordar publicamente do governador, talvez já soubesse dessa curiosidade. Seu diálogo virtual com o Governador é, no mínimo, interessante:
“Agora em Brasília, conseguimos aprovar 251 milhões para mobilidade e saneamento, obrigado presidente Dilma. Marcus Alexandre [prefeito de Rio Branco] aprovando 51 milhões para mobilidade. Senadores Jorge Viana e Coletivo 13 Anibal [Diniz] dividindo a alegria do momento”, escreveu Viana.
Abaixo, o sargento comentou: “mais dinheiro para as ruas do povo? Vai precisar mesmo, afinal, as ruas que foram feitas no ano passado, este ano já precisam ser refeitas. Eu quero ver o senhor cumprir a promessa de asfaltar todas as ruas do Estado até 214”.
Em seguida, fez um complemento com uma crítica direta ao senador petista pelo Acre Aníbal Diniz: “quem é o Aníbal Diniz? Um poste colocado em Brasília para defender os interesses da quadrilha”.
Ele e tantos outros que não aceitam certas coisas preferem a retaliação a um conformismo besta e interesseiro. Melhor as celas e a censura do que carregar algumas malas e sacos. Fazem bem! É melhor a identidade do que a multidão que carrega os fardos do governo, sem lhe deixar ter esforço algum.
Se pudesse dizer algo desse “papinho perigoso”, diria que os postes geralmente trazem lâmpadas que jorram luz que brilham.
Não sou militar!
Por Francisco Rodrigues Barbosa f-r-p@bol.com.br
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