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Jorge Viana denuncia agravamento da situação de ‘refugiados’ no Acre

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O senador Jorge Viana (PT) alertou o governo Dilma Rousseff para o agravamento da situação de “refugiados” estrangeiros no Acre. “Há uma situação de absoluto caos, com 1,280 mil pessoas concentradas em um barracão, à espera de uma solução”, denunciou, em pronunciamento na tribuna do Senado, na tarde desta segunda-feira, 8 de abril.


Viana anunciou ter visitado, no domingo, 7, a cidade de Brasiléia, no Alto Acre, onde o número de imigrantes clandestinos representa quase 10% da população urbana. Ele quer uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff para tratar do assunto. “É um problema que precisamos resolver, num esforço conjunto”, declarou.

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Ele citou números que mostram o grande fluxo de haitianos no Acre, desde 2010. Até o final de 2011, 1.593 haitianos entraram no país. De janeiro a dezembro de 2012, mais 1,9 mil ingressaram no Acre. Do começo deste ano até 8 de abril, outros 1,7 mil. “Eu os chamo de refugiados ambientais”, lamentou.


O senador alertou que agora os estrangeiros não são apenas haitianos. “Há também senegaleses, nigerianos, dominicanos e pessoas de outras nacionalidades que buscam escapar da situação de miséria em seus países e novas oportunidades no Brasil”, denunciou.


O vice-presidente do Senado comentou que o problema torna-se ainda mais grave por conta da ação do crime organizado, que está promovendo o tráfico de pessoas. “Como vamos parar isso?”, questionou o senador. “Quatro máfias atuam, promovendo o crime de tráfico de pessoas”.


Providências


Viana anunciou ter conversado ainda nesta segunda-feira com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para buscar solução. Uma comitiva parlamentar ligada à Comissão de Relações Exteriores deve visitar o Acre para tratar do caso.


“Faço um apelo, porque pode acontecer uma tragédia”, disse. Ele cobrou uma visita do ministro da Justiça ao Acre para acompanhar a difícil situação dos “refugiados”. De acordo como o senador, Patriota disse que o tema será discutido em reunião ministerial.


A nova rota de imigração ilegal de cidadãos da ilha caribenha para o Brasil começou em 2010, após o terremoto que atingiu o país. O desastre atingiu 3 milhões de pessoas, matando mais de 220 mil haitianas e deixando 1,5 milhão de desabrigadas.


Por conta disso, imigrantes passaram a deixar Porto Príncipe, a capital haitiana, de navio, atravessando o Caribe até o Panamá, de onde seguem para o Equador e depois para o Peru. Só então entram em território brasileiro pelo Acre.


Solidariedade

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O senador lembrou que o governo do Acre é solidário ao drama humano, mas não tem condições de garantir as condições mínimas para os imigrantes. “O governador Tião Viana tem feito o que pode, mas a situação está se tornando grave do ponto de vista social, porque não há como garantir condições mínimas”, disse. “A situação saiu absolutamente do controle”.


Desde o ano passado, o governo Dilma promove desenvolve ações de apoio ao Acre, repassando recursos e alimentos. “Mas como atender 10 vistos por dia, concedidos pelo governo federal, quando chegam todos os dias 80, 90 pessoas”, indagou Jorge Viana.


Na semana passada, a Polícia Federal deteve, no Aeroporto de Rio Branco, um menor haitiano de 14 anos ao lado de Innocent Olibrice, suspeito de atuar como “coiote”, para trazer ilegalmente pessoas do Haiti recebendo em troca 500 euros por pessoa. Há relatos de que cada imigrante ilegal paga até US$ 1 mil dólares às máfias.


 


 


 


 


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