Ícone do site ac24horas.com – Notícias do Acre

“Igreja Católica não evoluiu a ponto de atender os novos anseios da sociedade pós-moderna”, diz Teólogo e Pastor Paulo Machado

Ofensiva é contra as declarações do cardeal indiano, George Alencherry que defende a escolha do novo Papa Francisco para interromper o avanço dos movimentos evangélicos.


Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@gmail.com


O Vaticano não disfarça: a escolha do primeiro papa latino-americano leva consigo a esperança de que a nomeação interrompa o avanço dos movimentos evangélicos pentecostais na região, que estariam ameaçando a base da Igreja no Brasil e no restante do continente. Segundo o cardeal indiano, George Alencherry, a escolha de Francisco é uma “renovação e uma força para reviver a Igreja na América Latina” diante do avanço de outros movimentos.


Mas e quanto aos evangélicos, o que pensam dessas declarações?


A reportagem ouviu o pastor e teólogo Paulo Machado. Defensor da ortodoxia cristã – que vê a si mesma como a verdadeira igreja instituída por Jesus Cristo – um pensamento primitivo da Igreja Apostólica, Machado nos direciona para o cristianismo.


Ao analisar o momento de transição vivido no Vaticano, ele diz que o processo de castidade da atual Igreja Católica conduziu seus líderes aos escândalos que culminaram com a renúncia do Papa Bento XVI.


“Foi uma tendência biológica natural. Padres se corrompendo com a pedofilia, freiras se corrompendo com a prática do sexo e o aborto. No Brasil esses escândalos não foram tão evidentes, mas nos Estados Unidos eles foram”, comentou o teólogo.


Para Machado, o avanço da igreja evangélica é um processo natural que ocorreu dentro da expectativa do homem pós-moderno. “Estamos numa fase diferente em que a humanidade tem outro anseio”, acrescentou.


Outro destaque citado é a adaptação da Igreja Evangélica ao movimento neopetencostal que procurou se adaptar às necessidades do homem moderno. Para o pastor, o movimento tradicional conservador buscou adaptar a sociedade aos dogmas da Igreja, “e não a Igreja aos conceitos sociais”.


O estudioso diz que conflitos internos provocaram a queda do papa e a ascensão de um novo Papa que busca dar um equilíbrio que não afeta a Igreja Evangélica. Machado fala do processo de crescimento dos evangélicos como uma migração natural. “A Igreja Católica continua quase que estável. A migração no evangelismo é exatamente daqueles que não tinham confissão religiosa praticante”, frisou.


Explicando melhor sua tese, o teólogo afirma que havia uma confissão religiosa cultural. “O camarada era católico porque o avô era católico, o pai era católico, a mãe era católica, ou seja, uma herança catolicista”.


O Pastor Paulo Machado confirma a quebra desse paradigma. Ele não vê como uma ameaça as declarações do cardeal indiano, George Alencherry, mas faz duras criticas ao ecumenismo iniciado por João Paulo II.


“O ecumenismo ele é antagônico ao princípio teológico que é monoteísta. Você tendo um único Deus você tem um único ensinamento. Não pode ter um Deus e duas doutrinas”, revelou.


A relação defendida por Machado entre as Igrejas é a relação fraternal, no sentido de buscar através do pensamento religioso um equilíbrio social. Para ele, a sociedade precisa do pensamento religioso para equilibrar o pensamento social.


“Uma sociedade sem religião é uma sociedade autodestrutiva, isso é histórico, antropológico. Há dois polos: um que é o cristianismo o outro que são as outras religiões. Eles têm alguns pontos de similaridade do pensamento filosófico, mas do pensamento da naturalidade filosófica, o cristianismo se destaca. Nessa seletiva nós vamos nos direcionar para o cristianismo. Sou defensor da ortodoxia cristã que é um pensamento cristão produzido por Jesus”, concluiu.


 


Sair da versão mobile