Governistas ficam encurralados com requerimentos para convocar servidores públicos para esclarecer acusações de coação na Operação Delivery

Ray Melo, da redação de ac24horas
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Os deputados da base de governo das administrações petistas do Acre se notabilizaram pela falta de transparência na convocação de gestores estaduais para prestar esclarecimentos na Aleac. Ao longo de três mandatos de governadores da Frente Popular, os aliados do Poder Executivo não aprovaram nenhum requerimento de convocação de secretário ou diretor.

Nesta terça-feira (12), os governistas ficaram encurralados com quatro requerimentos apresentados por Major Rocha (PSDB), que pede o comparecimento do secretário de Polícia Civil, Emylson Farias e do delegado Nilton Boscaro, para esclarecer denúncias de coação de testemunhas nas investigações de exploração sexual da Operação Delivery da Polícia Civil.

Além dos delegados que conduziram a investigação que teria prendido membros de uma agência de exploração sexual e supostos clientes, o deputado de oposição pede  comparecimento da ativista de direitos humanos, Joana D´Arc, que teria documentos e depoimentos de testemunhas que acusam os delegados de truculência e tortura.

Os governistas suspenderam a sessão para tentar o  fechamento de um acordo para não aprovar a convocação dos delegados, mas não chegaram a um entendimento, já que o assunto está repercutindo na sociedade e vem se transformando em um apelo público, para que os fatos considerados obscuros na investigação de exploração  sexual sejam esclarecidos.

O tucano Rocha pede a intervenção da Comissão de Direitos Humanos da Casa, presidida pelo deputado Lira Morais (PEN), mas o parlamentar não sinaliza com a possibilidade de acolher as denuncias de coação, truculência e estupro apresentadas por envolvidos na Operação Delivery. Os governistas querem manter a blindagem dos gestores estaduais.

A alegação para poupar as autoridades envolvidas no processo é de que eles agiram rigorosamente dentro da lei, mas o assunto ganhou repercussão fora do Estado e deputados ligados a CPI do Tráfico de Pessoas e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal quer ouvir os delegados, acusados e testemunhas envolvidos na Operação Delivery.

Diante de acusações de tráfico de influência política e suposta coação de testemunhas, a operação poderá cair no descaso. Jardel Nogueira apontado como o cabeça da suposta agência de exploração sexual levantou suspeitas que as investigações tenham conotação política e estariam sendo usadas para tentar incriminar desafetos políticos de gestores estaduais.

Depois de um acalorado debate em um canto do plenário, os governistas não chegaram a um acordo e encerraram a sessão, sob os olhares curiosos de deputados de oposição e populares que ocupavam as galerias. Longe dos microfones, deputados da base aliada afirmaram nada está acertado sobre a aprovação ou não da convocação dos delegados para prestarem esclarecimentos.