Ray Melo, da redação de ac24horas
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As investigações da Operação Delivery voltaram a pauta de debates da Aleac. Na manhã desta terça-feira (5), o líder do governo, deputado Astério Moreira (PEN) fez uma defesa antecipada do Governo do Acre, da Polícia Civil e do Ministério Público Estado (MPE), que participaram do inquérito e formatação do processo que apura a exploração sexual no Acre.
O governista tentou descredenciar o depoimento de Jardel Nogueira, dado a CPI do Tráfico de Pessoas, na semana passada. O acusado de liderar a agência de exploração sexual de mulheres denunciou que os réus teriam sido coagidos a incriminar políticos e autoridades ligadas ao Poder Judiciário. “A única verdade que ele falou aqui é que ele gostava da noite e gostava de festas”, diz Astério.
O deputado Major Rocha (PSDB), que foi citado no depoimento de Jardel, contra-atacou e disse que líder do governo estaria fazendo uma defesa antecipada das instituições públicas que fizeram a investigação da Operação Delivery. “Confesso que fiquei comovido com o discurso do líder, mas esta operação não puniu os verdadeiros pedofilos”.
Segundo o deputado tucano, “os tubarões escaparam. Pessoas que foram citadas 15 vezes, escaparam. O inquérito que corria em segredo de Justiça, está em poder de todos os jornalistas. Este inquérito e este processo não servem pra nada. O depoimento de Jardel só serve quando é para incriminar desafetos do governo”, enfatiza Rocha.
O major Rocha fez novas acusações contra os delegados de Polícia Civil, do Acre. “O delegado desligava a Câmera e ia pra cima das testemunhas. Este tipo de situação põe em xeque a atuação da Polícia Civil e do Ministério Público. Já que vossa excelência se acha capaz de julga o Jardel, julgue também o depoimento das vítimas”.
Para reforçar sua defesa do governo, o líder de Sebastião Viana, voltou a dizer que o acusado Jardel teria mentido no depoimento feito no plenário da Aleac. “Achei um depoimento sínico e mentiroso. Estou aqui externando minha opinião. Não dá para se acreditar numa pessoa que quer livrar a própria cara”, disse ao defender a atuação da Polícia Civil e do Ministério Público.
O governista defendeu o uso de uma arma pelo delegado que colhia os depoimentos dos acusados. “Ridículo seria se o delegado estivesse com um buquê de flores. Acho que teremos que fazer a defesa das instituições nesta Casa”.
Mas em determinado momento Astério reconheceu que podem existir “falhas em depoimento testemunhas, mas, mas, mas…”, não concluiu.
Para apimentar ainda mais o debate, no final do seu pronunciamento o major Rocha destacou disse que o processo de exploração sexual poderá “expor a sujeira que tem por trás desta Operação Delivery”.
E acusou: “As vítimas dizem que os delegados desligavam a câmera e faziam ameaças. Confesso que fiquei indignado como a forma que esta investigação foi conduzida. A sociedade acreana precisa saber que os órgãos públicos são manipulados para tingir desafetos políticos”, finaliza.
