Gleydison Meireles
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Durante a audiência pública realizada na quinta-feira, 28, na Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC), a deputada federal Antônia Lúcia (PSC), que integra a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, recebeu um grupo acreanos que estuda medicina na cidade de Sucre, na Bolívia. Os estudantes procuraram a parlamentas para relatar os horrores que estão vivendo no país vizinho.
Os estudantes denunciaram estão sofrendo ameaças na Bolívia, produziram dossiês que apresentam relatos de abusos de autoridade, perseguição, ameaças e coação, além de outros crimes contra a dignidade humana. Com medo de represálias, os acadêmicos de medicina pediram que seus nomes e imagem fossem preservados.
Os estudantes denunciaram ainda que o acordo firmado entre os dois países (Brasil e Bolívia) quanto a brasileiros estudarem na Bolivia e bolivianos no Brasil não está sendo respeitado pelos “Patrícios”.
“Nós vivemos na Bolívia sob constante pressão, tudo é motivo para sermos humilhados, coagidos, perseguidos, somos humilhados e tratados como criminosos pelos bolivianos”, disse a estudante bastante emocionada.
Antônia Lucia, que intermediou a vinda da CPI da Câmara Federal, convidou o Cônsul brasileiro em Cobija, Guillermo Barbosa e a representante da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da Republica, Solange Xavier para participarem da reunião com os estudantes. Participaram também da reunião a deputada estadual Antônia Sales (PMDB) e Eduardo Farias (PCdoB).
As autoridades ouviram atentamente as denuncias dos estudantes e no final firmaram o compromisso de buscar uma solução emergencial para o drama vivido por estudantes acreanos em solo boliviano.
“É inadmissível, inaceitável que estudantes brasileiros venha sofrendo esses tipos de crimes na Bolívia, eu, juntamente com Solange Xavier vamos levar esse caso ao conhecimento da Ministra Maria do Rosário e da presidenta Dilma, vamos acionar o Itamarati, quem for preciso para que possamos encontrar uma solução emergencial para esse caso”, disse Antônia Lúcia bastante emocionada, após ouvir os relatos dos estudantes.
Há quatro anos na Bolívia, três estudando na cidade de Sucre, os estudantes revelaram ainda que são obrigados a participarem de protestos e manifestos contrario ao atual Governo boliviano, caso se recusem a participar são impedidos de estudar, fazer provas e muitas vezes são retirados das faculdades a força, por professores e gestores educacionais.
Segundo os denunciantes vários casos já foram denunciados ao consulado brasileiro na Bolívia, mas até o momento nenhuma providencia foi tomada. Os estudantes denunciam também que alguns estudantes contraíram doenças psicológicas por conta das pressões sofridas.
“Nós somos tratados pior do que animais, para eles somos a escória, lixo. Muitos de nós estão doentes, com síndrome do pânico e outros problemas psicológicos, o que para nós seria uma oportunidade de uma vida melhor se tornou um inferno”, desabafou a estudante.
Em novembro do ano passado dezenas de estudantes realizaram um manifesto na porta do consulado brasileiro por abusos que teriam sofrido por parte da polícia boliviana que buscava um grupo de delinquentes, supostamente formados por brasileiros. Com a bandeira nacional, cartazes “SOS Dilma, olhai por nós” e gritando “somos estudantes, não somos maliantes”, eles pediram respeito e cobraram direitos e agilidade nos trâmites legais para viverem e estudar na Bolívia.
Esses são só alguns dos pontos do vasto dossiê entregue a deputada federal, que encaminhará cópias a todos os setores competentes da Presidência da Republica. Antônia Lúcia firmou compromisso ainda com os deputados estaduais Eduardo Farias e Antônia Sales que irão formar uma comissão para tratar diretamente com o reitor da UFAC Minouro Kimpara de uma possível transferência dos dois alunos acreanos para o curso de medicina da instituição.
“Esse é um caso extremo e de urgência, por isso vamos junto com a comissão dos deputados estaduais, encabeçados pela Antônia Sales e o Eduardo Farias, visitar o reitor da UFAC na tentativa de conseguir uma transferências para os dois estudantes, vamos ver sé possível e quais os trâmites legais que precisarão serem adotados para se conseguir a vinda desses para estudar no Acre”, finalizou.
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