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Vai para o papel o sonho de Marina Silva

O Rede, novo partido da ex-candidata a presidente da República que conseguiu 20 milhões de votos em 2010, quer lançar nome próprio a governador em oito estados, incluindo Minas
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Paulo de Tarso Lyra


Publicação: 15/02/2013 06:00 Atualização: 15/02/2013 06:50

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Marina Silva começou a arregimentar forças para o Rede, que será lançado no sábado, quando ainda estava filiada ao PV, assim que terminaram as eleições de 2010 (Nacho Doce/15/10/10)
Marina Silva começou a arregimentar forças para o Rede, que será lançado no sábado, quando ainda
estava filiada ao PV, assim que terminaram as eleições de 2010

Os integrantes do Rede, novo partido que será lançado amanhã em Brasília tendo como principal estrela a ex-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, apostam em palanques fortes em pelo menos oito estados nas eleições para governador em 2014: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Ceará e Rio Grande do Sul. Em todos eles, a futura legenda espera lançar candidatos ao governo local para pavimentar a provável candidatura nacional de Marina no ano que vem.


Somado, o eleitorado desses estados, de acordo com números oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chega a cerca de 88,3 milhões de eleitores — ou 65% do total nacional. São sete dos oito maiores colégios eleitorais do país, além da capital da República, onde Marina teve uma expressiva votação na disputa pelo Palácio do Planalto dois anos atrás. “São lugares onde ocorreram mais do que mobilizações nas redes sociais. Em todos eles foram organizados encontros presenciais com Marina Silva”, lembra o coordenador jurídico da futura legenda, André Lima.


Esses polos eleitorais foram costurados pela própria Marina assim que terminou as eleições presidenciais de 2010 com um capital político de aproximadamente 20 milhões de votos. Ainda filiada ao PV, ela começou a arregimentar forças locais para endossar o movimento de mudança. “Nós continuamos sendo uma opção àqueles que buscam algo além da polarização atual entre PT e PSDB”, afirmou o deputado Walter Feldmann (PSDB-SP), principal nome do futuro partido em São Paulo.


No Rio de Janeiro, Marina preservou-se dos ataques e usou Alfredo Sirkis para defender o rompimento com o PV. Segundo apurou o Estado de Minas, os marineiros convenceram Sirkis de que o partido que ajudou a construir havia se transformado em legenda de aluguel. A tese foi reforçada quando, no segundo turno das eleições presidenciais, parte do PV defendeu apoio à candidatura de José Serra (PSDB) em troca dos ministérios das Cidades, Integração Nacional, Educação e Meio Ambiente. Sirkis acabou aderindo ao movimento mudancista.


Embora tente adotar um discurso de que o Rede não está sendo criado exclusivamente para dar condições à Marina de lançar-se novamente à Presidência, ninguém esconde que não faria sentido tanto esforço para deixar escapar a oportunidade de uma candidatura própria ao Palácio do Planalto no ano que vem. Os próprios estados eleitos como chave pelos “sonháticos” – como se autodenominam os criadores do novo partido –, além do alto número de eleitores, foram escolhidos por representar redutos eleitorais dos prováveis adversários de Marina.


Dois deles encaixam-se com exatidão nesse perfil: Minas Gerais, do senador Aécio Neves (PSDB) e Pernambuco, do governador Eduardo Campos (PSB). Além disso, São Paulo é reduto tucano, Ceará é governado pelos socialistas e Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – respectivamente por PMDB e PT –, devem despejar votos a granel para a presidente Dilma Rousseff.


Voto de protesto


Os críticos do movimento dos “sonháticos” afirmam que Marina ainda dorme embalada pelos 20 milhões de votos que recebeu há dois anos. Emendam que eles não são capital próprio, mas sim, fruto de uma descrença em Dilma e José Serra (PSDB), os dois adversários de 2010. Já há quem diga que no ano que vem Marina poderá dividir o rótulo de novidade com Eduardo Campos.


Nada que assuste os “sonháticos”. Mas para que a opção de mudança deixe de ser apenas um sonho, contudo, é preciso coletar pelo menos 500 mil assinaturas, o que representa 0,5% do eleitorado nacional, em pelo menos nove estados. De acordo com Feldmann, a expectativa é de que esse número seja atingido com certa facilidade. Só em São Paulo, o ainda tucano estima que o Rede conte com 200 mil apoiadores. A legenda ainda terá que lutar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso consiga o número mínimo de assinaturas, para ter tempo de televisão e fundo partidário, requisitos essenciais para atrair parlamentares de outras legendas.


 


As apostas


Confira as unidades da Federação onde os “sonháticos” acreditam que estarão bem em 2014


» São Paulo
Maior eleitorado do país, tem Walter Feldmann (PSDB) como principal nome


» Minas Gerais
Segundo maior colégio eleitoral do país. Querem fazer um contraponto ao PSDB de Aécio Neves


» Distrito Federal
Teve uma das votações mais marcantes de Marina Silva na campanha presidencial de 2010


» Pernambuco
O partido surge embalado pela força de Sérgio Xavier, ambientalista histórico e com bom diálogo com o PT pernambucano. Pode ser contraponto a Eduardo Campos


» Bahia
Maior colégio eleitoral do Nordeste, estado considerado chave fora do eixo Sudeste


» Ceará
Partido pretende
rivalizar com o PSB, desta vez com o clã Gomes.


» Rio Grande do Sul
Estado comandado pelo PT e berço político de Dilma Rousseff. A nova legenda pode roubar votos dilmistas


» Rio de Janeiro
Marina foi bem votada, além de ser o estado de Alfredo Sirkis, um ex-verde histórico, provável candidato do partido ao governo local


 


PV mineiro diz que nada teme


Segundo o deputado federal Antônio Roberto (PV-MG), seu partido está tranquilo em relação à nova empreitada de Marina Silva. “Para nós não faz diferença, sua entrada e saída do PV não alterou o quadro. Não há qualquer temor. Ela teve 20 milhões de votos, que eram dela, e vai levar esses votos. Nós também devemos lançar candidato. O pessoal que votou nela, a maioria não votou por uma questão ambiental”, acredita ele. Em Minas Gerais, apenas o ex-deputado-federal José Fernando (sem partido) participa da articulação para que seja fundada a Rede. Procurado pela reportagem, não foi localizado. “Pouquíssimas pessoas saíram do PV. Muita gente achou que haveria uma debandada, mas o próprio Fernando Gabeira, que era ligado a ela, permaneceu, assim como o Alfredo Sirkis”, destacou Antônio Roberto.


 


 


 


 


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