Salomão Matos
Da redação de ac24horas com informações da SEMA
Quando o então candidato à prefeitura de Rio Branco, Tião Bocalom (PSDB) prometeu água mineral nas torneiras durante a campanha eleitoral de 2012, militantes do Partido dos Trabalhadores ironizaram e o comando de campanha petista desqualificou a ideia. No horário eleitoral gratuito, a promessa de Bocalom chegou a virar piada. O PT escalou o comediante Antônio Klemer [atual cehfe de cerimonial do prefeito Marcus Viana] para teatralizar a ideia de inviabilidade do conteúdo apresentado pela oposição.
Passada a campanha, a garantia de água mineral nas torneiras deixou de ser promessa eleitoreira e se tornou um dos projetos mais ambiciosos prestes a ser executado no Acre pelo governo do PT. O Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Cemact), juntamente com a Câmara Técnica de Recursos Hídricos reuniu-se essa semana com a finalidade de analisar os parâmetros de uso e disponibilização das águas do Aquífero Rio Branco, um manancial de águas subterrâneas que está localizado no Segundo Distrito.
A Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais, do Ministério de Minas e Energia (CPRM), que realizou diversos estudos e confirmou a existência desse manancial, realimentado pelas chuvas, com águas adequadas ao consumo humano.
O Cemact, após análise, aprovou em votação o modelo de gestão resultante deste estudo, estipulando os critérios a serem utilizados pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), para emissão de outorga ou concessão para a exploração.
Segundo Edegard de Deus, secretário de Meio Ambiente do Acre, o aquífero traz uma nova possibilidade de aproveitamento para um recurso cada vez mais escasso, que é a água potável: “temos agora uma quantidade suficiente de água com altíssima qualidade para o abastecimento de toda a população de Rio Branco, com um custo muito reduzido”, garantiu.
Água pura para todos
A água usada para o consumo em Rio Branco é retirada diretamente do rio Acre. Até chegar ao consumidor passa por um tratamento químico. Já as águas do aquífero possuem excelente qualidade, requerendo apenas a cloração para serem utilizadas pela população sem riscos de contaminação.
Os estudos indicam que pelo menos 30% da precipitação que incide sobre a região é captada pelo aquífero. Ele tem uma área de abrangência de 212,46 km2, com capacidade para atender 800 mil pessoas, com 200 litros/dia. Além disso, suas águas são fonte de recarga para o rio Acre.
A intenção é que primeiro o aquífero abasteça a Cidade do Povo. Após esta etapa, será direcionado também para o uso no Segundo Distrito e posteriormente, para os demais bairros de toda a capital do Acre.
“Temos que considerar que possuímos duas ETAs (Estações de tratamento de água) que não podem ser descartadas, de modo que faremos uma captação mista, envolvendo águas superficiais com alto custo e as águas do aquífero com um custo menor, equilibrando nosso abastecimento”, diz Felismar Mesquita, superintendente do Depasa.
O geólogo da CPRM, Homero Reis, que coordenou os estudos sobre o aquífero, garante que as águas disponíveis são realmente puras, mas alerta para os riscos de contaminação: “Em alguns bairros de maior densidade populacional, como o Taquari, Seis de Agosto e a Cidade Nova, observamos que existem alguns poços que estão contaminados por coliformes fecais, basicamente em função da falta de saneamento”, conclui.
A resolução do Cemact
Considerando as deliberações da 1ª Reunião Extraordinária conjunta do CEMACT e Câmara Técnica de Recursos Hídricos – CTRH, o Cemact aprova os Estudos sobre o Modelo de Gestão do Aquífero Rio Branco e reconhece os Estudos sobre o Modelo de Gestão do mesmo, como complemento ao Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLERH, devendo suas recomendações se constituir em referência para a exploração de água subterrânea na cidade de Rio Branco – Acre. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, dia 7 de fevereiro de 2013, revogando-se as disposições em contrário.
Durante os debates Bocalom foi até ironizado pelo candidato petistas Marcus Alexandre (D)
